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    Paixão de torcedores por futebol tem explicação médica e pode auxiliar na depressão

    No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes falou sobre atos de fanatismo por torcedores de Flamengo e Palmeiras antes da final da Libertadores

    Fabrizio Neitzkeda CNN , Em São Paulo

    Na edição desta sexta-feira (26) do quadro Correspondente Médico, no Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes falou sobre a paixão de torcedores de Flamengo e Palmeiras, às vésperas da decisão da Libertadores da América em Montevidéu, no Uruguai.

    O fanatismo de torcedores fez com que rubro-negros e alviverdes lotassem as ruas de São Paulo e Rio de Janeiro para o embarque dos clubes e também pesou no bolso: o ingresso mais barato para a decisão no estádio Centenário custa R$ 1.100, além de passagens para a capital uruguaia sendo vendidas por até R$ 27 mil.

    Segundo Fernando Gomes, a paixão pelo futebol tem relação com a sensação de pertencimento a um grupo e também possui explicação médica. “O esporte é algo que realmente mexe com as nossas emoções. Portanto, a gente tem no cérebro a área do lobo frontal, principalmente desenvolvida e relacionada com esse processo.”

    “Quando seu time faz um gol ou tem uma vitória, você tem o sistema límbico dopaminérgico, a parte que dá para a gente o prazer, sendo acionada. Então você faz conexões de estruturas profundas com o córtex pré-frontal, laureando o cérebro com dopamina e dando uma sensação boa demais”, explicou.

    Embora as emoções de um torcedor durante uma partida possam ser controladas de forma natural, com movimentos e meditação, o neurocirurgião destacou que não é incomum que as pessoas sejam levadas a “extravasar” a euforia, principalmente ao ingerirem bebidas alcoólicas, que alteram o controle inibitório do cérebro.

    Ainda de acordo com Gomes, a paixão por um time de futebol pode até mesmo auxiliar em casos de depressão, por mexer diretamente com a motivação. “A depressão se caracteriza por um momento em que a sua motivação está sendo questionada ou colocada à prova. O que o indivíduo apaixonado mais tem é motivação por um determinado objeto que ele ama. O problema é a pessoa se agarrar a isso e, de repente, o time não está em uma boa temporada”, disse.

    O médico alertou, porém, para o excesso de emoções durante a partida, que podem provocar infarto ou Acidente Vascular Cerebral (AVC). “É o sistema nervoso autônomo, liberando um monte de adrenalina nesse momento, e isso faz com que você tenha aumento da frequência cardíaca e sensações físicas que podem ser muito boas, mas devem ser levadas em consideração.”

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