País está preparado para habilitar leitos se saúde for pressionada, diz Queiroga
Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga disse ainda que autotestes podem ser usados, embora Anvisa ainda não tenha emitido nota técnica
O Brasil tem condições econômicas e operacionais de atender um eventual aumento da demanda do sistema nacional de saúde por leitos hospitalares de terapia intensiva diante do aumento de casos de Covid-19 e Influenza. A avaliação é do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que falou a jornalistas na manhã desta quarta-feira (12).
“Em um caso de pressão sobre o sistema hospitalar que tenhamos que aumentar novamente os leitos de terapia intensiva – se isso ocorrer, eu espero que não -, estaremos preparados”, diz Queiroga.
Ele ressaltou créditos extraordinários liberados pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, no ano passado para combate a pandemia e compra de vacinas, e diz que a Economia está preparada para um eventual aumento da necessidade de financiamento da Saúde nas próximas semanas.
Um estudo realizado pela USP e pela Unesp aponta que o índice de transmissão de Covid-19 passou de 0,90 no dia 20 de dezembro para 1,3 no começo de 2022, o que demonstra uma aceleração da pandemia.
Em alguns municípios, a taxa de ocupação dos leitos hospitalares por conta de casos de Covid-19 e Influenza preocupa.
“As unidades básicas de Saúde experimentam um aumento do número de pacientes”, reconheceu Queiroga. “Isso é fruto das festas de final de ano que não foram de forma alguma estimuladas pelo governo federal”, completou.
O ministro disse ainda que a prioridade do governo neste momento é aumentar o número de vacinados na região Norte do país, onde há um déficit vacinal. “Pará e Tocantins estão no nosso horizonte e é necessário que nos reunamos com os governantes para ampliar as ações”, disse.
Apesar da preocupação em aumentar o número de vacinados na região, Queiroga garante que a situação está controlada na região. No começo de 2021, o estado do Amazonas, em especial, sofreu com a falta de atendimento hospitalar, inclusive de oxigênio e kits de intubação.
Se houver uma pressão sobre o sistema de saúde na região norte, o preparo é bem maior.
Autotestes
Mesmo sem a emissão da note técnica que valide o uso, o ministro Queiroga disse que, aqueles que adquiriram o autoteste podem fazer uso. “Se trouxe o teste (do exterior) pode testar. Tem orientações, não é complexo”, disse.
Ele afirma que a iniciativa individual pode ajudar a aumentar o número de pessoas testadas no Brasil e ajudar no controle da pandemia. “Desde que farmácia coloque orientadores para realização do teste e informe os dados ao MS, é uma iniciativa que pode se somar ao esforço do MS e do poder público”, disse.
A nota técnica da Anvisa sobre a viabilidade do uso de autotestes deve sair ainda nesta semana, disse o ministro.