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    Ondas de calor podem agravar crises de asma em crianças, mostra estudo

    Pesquisadores descobriram que ondas de calor extremos estavam associadas a chances 19% maiores de visitas hospitalares por asma infantil

    Gabriela Maraccinida CNN

    Um estudo realizado por pesquisadores da UCSF (Universidade da Califórnia, São Francisco) mostrou que ondas de calor extremo podem causar um aumento no número de visitas hospitalares por crianças devido a crises de asma. Os resultados da pesquisa serão apresentados na Conferência Internacional da American Thoracic Society, que acontece em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos, entre os dias 17 e 22 de maio.

    A asma é uma doença respiratória crônica caracterizada pela dificuldade de respirar, além da presença de chiado e aperto no peito, respiração curta e rápida. Os sintomas podem piorar à noite e nas primeiras horas da manhã ou devido à exposição a alérgenos, à poluição ambiental e a mudanças climáticas, de acordo com o Ministério da Saúde.

    Para entender como as altas temperaturas podem impactar no quadro de asma, pesquisadores analisaram dados eletrônicos de saúde dos Hospitais Infantis Benioff da UCSF. Os registros analisados eram de 2017 a 2020 e incluíam dados sobre visitas hospitalares de crianças por asma, além de dados demográficos, incluindo o CEP dos pacientes.

    Os pesquisadores também utilizaram dados do PRISM Climate Group da Oregon State University para determinar o tempo máximo diário (ondas de calor diurnas) e tempo mínimo (ondas de calor noturnas) para cada CEP. Eles restringiram suas análises entre junho e setembro, período historicamente mais quente nas regiões do hemisfério norte.

    A equipe descobriu que as ondas de calor diurnas estavam significativamente associadas a chances 19% maiores de visitas hospitalares por asma infantil. Além disso, as ondas de calor que duraram mais tempo dobraram as chances de idas ao hospital devido à crise asmática, principalmente durante o dia. Não foram observadas associações entre ondas de calor noturnas e agravo da doença.

    “Continuamos a ver o aumento das temperaturas globais devido às alterações climáticas geradas pelo homem, e podemos esperar um aumento nos problemas relacionados com a saúde à medida que observamos ondas de calor mais longas, mais frequentes e mais severas”, afirma Morgan Ye, analista de dados de pesquisa da Divisão de Medicina Pulmonar e Cuidados Críticos, da UCSF, em comunicado à imprensa.

    “A nossa investigação sugere que as temperaturas mais elevadas e o aumento da duração destes dias de elevado calor estão associados ao aumento do risco de visitas hospitalares devido à asma. As crianças e as famílias com menor capacidade de adaptação sofrerão a maior parte do fardo. Portanto, é importante obter uma melhor compreensão destes riscos para a saúde associados ao calor e das populações suscetíveis para futura vigilância e intervenções direcionadas”, completa.

    Segundo os autores do estudo, pesquisas anteriores já sugeriram associações positivas entre calor e asma, mas esses achados conflitam com os dados sobre hospitalizações e atendimentos de emergência devido à doença em períodos de calor extremo.

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