OMS trabalha em ‘certificado digital inteligente’, diz diretor sobre as vacinas
Hans Kluge, diretor da OMS na Europa, fez questão de distinguir o documento de um “passaporte de vacina” contra a Covid-19
A Organização Mundial da Saúde está trabalhando em “um certificado digital inteligente”, disse o diretor da OMS na Europa, Hans Kluge, fazendo questão de distinguir o documento de um “passaporte de vacina”.
“Nós encorajamos fortemente – como com qualquer vacina – que haja uma documentação, seja em papel ou de preferência digital. E é por isso que a OMS está trabalhando em um certificado digital inteligente”, disse Kluge durante uma entrevista coletiva nesta quinta-feira (18).
“Mas isso é algo diferente de um passaporte. Não recomendamos, neste estágio, que ser vacinado seja o fator determinante se você pode viajar para o exterior ou não. Isso não deveria ser um requisito”, disse Kluge.
Kluge citou várias razões para a distinção:
- Em primeiro lugar, uma questão ética: “Há uma escassez global de vacinas. Portanto, isso aumentaria as desigualdades, e se há uma coisa que aprendemos com a pandemia da Covid-19 é que as pessoas vulneráveis foram atingidas desproporcionalmente”.
- Em segundo lugar, há uma razão científica: “Não temos certeza ainda de quanto tempo dura a imunidade”. E as pessoas que foram vacinadas ainda podem transmitir a infecção, disse ele.
- Em terceiro lugar, há uma “razão prática”. Kluge disse que, como a OMS está trabalhando dentro de uma “estrutura de confiança internacional, temos que documentar se as pessoas receberam a vacina”.
A entrevista de Kluge acontece um dia depois que a Comissão Europeia revelou sua proposta de um “Certificado Verde Digital”, ou passaporte de vacina, para permitir a circulação segura e livre dentro da União Europeia durante a pandemia.
(Texto traduzido; Leia aqui a versão original em inglês)