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    OMS recomenda dose única contra o HPV e alerta para baixas coberturas vacinais

    Entre 2019 e 2021, a cobertura da primeira dose da vacinação contra o HPV caiu de 25% para 15% no mundo

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou as recomendações para a vacina contra o HPV (papilomavírus humano). Em novo documento, a OMS afirma que um esquema de dose única pode oferecer eficácia e durabilidade de proteção comparáveis a um esquema de duas doses.

    A recomendação para o agendamento alternativo de dose única foi inicialmente feita pelo grupo consultivo independente de especialistas da OMS, chamado SAGE, em abril.

    A OMS afirma que a orientação se faz oportuna no contexto de um declínio significativo na cobertura vacinal contra o HPV em todo o mundo. Entre 2019 e 2021, a cobertura da primeira dose da vacinação contra o HPV caiu de 25% para 15%. Isso significa que 3,5 milhões de meninas a mais perderam a vacinação contra o HPV em 2021 em comparação com 2019.

    De acordo com a OMS, a alternativa de aplicação de dose única contra o HPV poderá ampliar o acesso à vacina, oferecendo aos países a oportunidade de expandir o número de meninas que podem ser vacinadas e reduzindo o esforço pelo acompanhamento muitas vezes complicado e caro necessário para completar a série de vacinação.

    “É vital que os países fortaleçam seus programas de vacinação contra o HPV, agilizem a implementação e revertam os declínios na cobertura”, afirma a OMS em comunicado.

    A OMS agora recomenda:

    • Um esquema de uma ou duas doses para meninas de 9 a 14 anos
    • Um esquema de uma ou duas doses para meninas e mulheres de 15 a 20 anos
    • Duas doses com intervalo de 6 meses para mulheres com mais de 21 anos

    O documento destaca a importância de vacinar como prioridade pessoas imunocomprometidas ou vivendo com HIV. Indivíduos imunocomprometidos devem receber no mínimo duas doses e, quando possível, três doses.

    O alvo primário da vacinação são as meninas de 9 a 14 anos, antes do início da atividade sexual. A vacinação de alvos secundários, como meninos e mulheres mais velhas, é recomendada quando viável e acessível.

    O câncer de colo de útero é o quarto tipo de câncer mais comum em mulheres, e mais de 95% dos casos são causados pelo HPV sexualmente transmissível. Evitar o desenvolvimento do câncer aumentando o acesso a vacinas eficazes é um passo altamente significativo para aliviar doenças e mortes desnecessárias, segundo a OMS.

    Quem pode receber a vacina no Brasil

    A vacina que protege contra o papilomavírus humano (HPV) foi incorporada de forma escalonada ao Sistema Único de Saúde (SUS) a partir de 2014.

    A vacinação está disponível para qualquer pessoa de 9 a 14 anos de idade, independentemente do sexo. A vacinação contra o HPV em adolescentes é utilizada por mais de 100 países.

    Em julho, a oferta do imunizante foi ampliada para a população masculina imunossuprimida. Homens de até 45 anos transplantados, pacientes oncológicos ou vivendo com HIV/Aids podem se vacinar. De acordo com o ministério, é adotado o esquema tradicional de três doses, independentemente da idade.

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