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    OMS diz que pandemia de Covid-19 continua em nível elevado no Brasil

    Mike Ryan, diretor do programa de emergências da organização, afirmou que sistema de saúde brasileiro segue sob pressão por causa das altas taxa de infecção

    Murillo Ferrari, da CNN, em São Paulo

    A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta segunda-feira (10) que a pandemia do novo coronavírus continua em nível elevado no Brasil, apesar de a curva de contágio da doença ter achatado um pouco no país.

    Além disso, com entre 50 mil e 60 mil casos por dia e uma taxa de reprodução que varia de 1,1 a 1,5, a OMS considera que os sistemas de saúde brasileiros continuam sob pressão e que a doença continua se espalhando ativamente na maior parte do país.

    “Muitos indicadores do Brasil apontam para uma continuada transmissão comunitária, uma continuada pressão sobre o sistema de saúde, mesmo que os casos só aumentem na proporção de 10%, 12% por semana”, disse Mike Ryan, especialista em emergências da OMS, ao ser questionado pela CNN sobre a situação da pandemia no país.

    Ele afirmou ainda que a hidroxicloroquina, medicamento defendido pelo presidente Jair Bolsonaro e por seus apoiadores como um tratamento efetivo contra a Covid-19, não é a solução ou uma “bala de prata” contra o novo coronavírus.

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    “Cada país tem o direito soberano de decidir o que acredita ser a melhor ação para lidar clinicamente com a doença. Mas no momento, considerando todos os estudos clínicos randomizados que já foram publicados, a hidroxicloroquina não provou ser um tratamento efetivo contra a Covid-19.”

    Ryan afirmou ainda que é preciso manter o incentivo ao distanciamento social, ao uso de máscaras de proteção e à higienização constante de mãos. “É muito difícil para muitas pessoas no Brasil, que vivem em situações de aglomeração e pobreza, e o governo deve dar apoio para estas comunidades”, afirmou. 

    “Você não pode empoderar pessoas apenas com palavras, você precisa empoderar as pessoas com recursos e conhecimento.”

    Por fim, o diretor da OMS comentou também sobre as vacinas contra o novo coronavírus que estão na fase 3 dos estudos clínicos e disse que, no momento, não há necessidade de suspeitar de qualquer uma delas.

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    “Todas essas vacinas passam pela mesma fase 3 de testes para serem disponibilizadas ao público. (…) O que precisamos analisar é a segurança e eficiência dos testes e a OMS – e seu grupo de especialistas em imunização – está de olho nos resultados destes testes” disse.

    “A OMS não emitirá nenhuma orientação sobre qualquer vacina a menos que tenha visto e examinado seus dados para garantir a segurança e eficácia da vacina.”

    Aumento nas doações

    Também nesta segunda, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que há uma “vasta lacuna global” entre os recursos necessários para o enfrentamento da pandemia e os fundos que já foram doados ao redor do mundo.

    “Só para as vacinas, serão necessários mais de US$ 100 bilhões”, disse Tedros. “Parece muito dinheiro e é. Mas é pouco em comparação com os US$ 10 trilhões que já foram investidos pelos países do G-20 em estímulos fiscais para lidar com as consequências da pandemia até agora.”