OMS defende vacina da Covid-19 subsidiada em países pobres da América Latina
Entidade apoia preços acessíveis para nações mais vulneráveis assim que imunização estiver disponível
A OMS (Organização Mundial da Saúde) está trabalhando para que nações latino-americanas vulneráveis recebam uma vacina contra a Covid-19 “subsidiada” e a um preço “acessível” assim que uma imunização estiver disponível, disse a diretora regional da entidade para as Américas, Carissa Etienne, nesta terça-feira (14).
A América Latina se tornou o epicentro mais recente da pandemia, e na segunda-feira (13) o número de mortes por coronavírus na região ultrapassou a soma de vítimas nos Estados Unidos e no Canadá pela primeira vez desde o início do surto.
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Muitas nações latino-americanas têm enfrentado dificuldades em seus sistemas de saúde para lidar com os 3,4 milhões de casos confirmados e as 146 mil mortes por Covid-19 na região.
Em uma coletiva de imprensa virtual, Etienne disse que a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde), escritório regional da OMS sediado em Washington, está trabalhando “para que os países latino-americanos mais vulneráveis da região recebam a vacina contra Covid-19 de forma subsidiada e a um preço acessível”.
A corrida global por uma vacina e tratamentos contra o coronavírus se transformou em uma batalha entre as nações mais ricas do mundo, algumas das quais estão comprando estoques de remédios ou encomendando suprimentos futuros das vacinas mais promissoras.
Nações latino-americanas com orçamentos pequenos terão dificuldade para competir, disseram especialistas. “Para que serve uma vacina se as pessoas não têm acesso a ela?”, questionou Etienne.
A Opas tem um mecanismo de cooperação chamado “Fundo Rotatório” por meio do qual vacinas, seringas e suprimentos relacionados são comprados em nome de seus estados-membros, independentemente de tamanho ou condições econômicas.
Etienne disse que a organização está negociando “ativamente” com o Fundo Global de Acesso a Vacinas contra Covid-19, conhecido como Covax, para “obter as melhores condições possíveis para os países da região”. Ela incentivou estas nações a participarem dos testes clínicos para “acelerar a criação de uma vacina”.