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    O que é o processo de embolização feito por Faustão?

    Segundo a equipe do apresentador, o rim transplantado ainda não está funcionando; entenda como o procedimento pode ajudar

    Faustão passou por um transplante de rim em fevereiro deste ano
    Faustão passou por um transplante de rim em fevereiro deste ano Reprodução/Faustão na Band

    Gabriela Maraccinida CNN

    Fausto Silva, o Faustão, segue internado no Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, após realizar um transplante de rim no final de fevereiro. De acordo com comunicado feito pela equipe do apresentador na quinta-feira (14), o procedimento foi bem-sucedido, mas o órgão ainda não funciona.

    A nota também informou que o artista passou por um processo de embolização para resolver questões linfáticas que estavam atrasando sua recuperação.

    A embolização é um procedimento cirúrgico minimamente invasivo no qual um cateter é introduzido em um vaso sanguíneo por meio de um acesso pela virilha ou pelo braço. O objetivo é interromper o fluxo de sangue ou de linfa (líquido que circula no sistema linfático e que faz parte do sistema de drenagem do corpo) de um local do corpo de forma proposital.

    Esse procedimento pode ser útil para o tratamento de doenças cardiovasculares, mas também oferece benefícios para outras condições de saúde. “A embolização é indicada para casos de câncer, doenças renais policísticas, aneurismas cerebrais e renais e em algumas doenças da próstata”, explica Luiza Ferrari, nefrologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo.

    No caso do transplante renal, a especialista afirma que a embolização é importante para desobstruir o conteúdo linfático que pode estar afetando o funcionamento do órgão transplantado.

    “Se não ocorrer essa desobstrução com a embolização do conteúdo linfático, esse acúmulo de linfa no local promoverá uma obstrução e compressão do rim, reduzindo o fluxo sanguíneo local e acarretando problemas para o órgão transplantado, impedindo seu funcionamento”, explica Ferrari.

    O processo de embolização, então, pode ajudar na recuperação de Faustão após o transplante e facilitar o funcionamento adequado do rim transplantado.

    Relembre o transplante de rim de Faustão

    O apresentador Faustão realizou um transplante de rim no dia 26 de fevereiro deste ano, no Hospital Israelita Albert Einstein, devido ao agravamento de uma doença renal crônica. O procedimento ocorreu seis meses após o apresentador passar por um transplante de coração, em agosto de 2023. Na época, Faustão enfrentava um quadro de insuficiência cardíaca, que também comprometeu a saúde dos rins.

    “Quando o paciente tem a insuficiência cardíaca, que é caracterizada pelo mal funcionamento do coração, pode haver o comprometimento do rim. Isso porque os rins precisam do aporte de sangue para realizar suas funções. Se o bombeamento de sangue está comprometido, as funções dos rins também podem ser afetadas”, explicou Américo Cuvello Neto, coordenador do Centro Especializado em Nefrologia e Diálise do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, à CNN.

    Além disso, os medicamentos usados para tratar a insuficiência cardíaca também podem agredir os rins, segundo Paulo Pego Fernandes, cirurgião cardíaco na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.

    “À medida em que existem períodos de insuficiência cardíaca grave, é necessária a intervenção medicamentosa que protege o coração, mas que pode acabar agredindo o rim, no sentido de preservar um fluxo melhor para o coração”, explica. “Então, tanto a insuficiência cardíaca como, eventualmente, o tratamento da própria insuficiência cardíaca, isso no pré-transplante, podem levar a algum grau de disfunção renal”, completa.