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    O que causa pedra nos rins, que acomete Tarcísio de Freitas

    Entre as causas e fatores de risco estão predisposição genética associada à doença, fatores ambientais, dieta rica em proteínas e sal e baixo consumo de líquidos

    Lucas Rochada CNN , em São Paulo

    As pedras nos rins são formadas por cristais presentes na urina que se agregam e formam o chamado cálculo renal. De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a maioria tem um componente de cálcio. A doença acomete cerca de 12% dos homens e 6% das mulheres.

    O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), foi submetido a uma cirurgia de emergência para retirada de um cálculo renal num hospital de Londres nesta terça-feira (28).

    Entre os sintomas estão uma dor de início súbito, de forte intensidade que atinge a região lombar e se espalha para abdome anterior, usualmente em um dos lados do corpo. Alguns pacientes podem apresentar sensação de que a bexiga não esvazia, além de náuseas e vômitos. Nesses casos, não existe uma posição de conforto para o paciente, que permanece agitado devido às cólicas.

    Os cálculos localizados nos rins costumam provocar sintomas menos intensos, mas muitas vezes necessitam de tratamento. A cólica renal ocorre se houver a obstrução por um cálculo do canal que drena a urina do rim para a bexiga, conhecido como ureter.

    Diagnóstico

    Entre as causas e fatores de risco estão predisposição genética associada à doença, fatores ambientais, como o clima quente, dieta rica em proteínas e sal e baixo consumo de líquidos.

    Algumas doenças adquiridas também favorecem a formação de cálculos, como: hiperparatireodismo (hormônio que regula o metabolismo do cálcio) e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn.

    “Embora uma predisposição genética possa aumentar o risco de formação de cálculos renais, qualquer pessoa pode desenvolver pedras nos rins. Hoje, sabe-se que a maior parte das pessoas que desenvolve cálculos renais apresenta tanto fatores genéticos quanto ambientais – sendo os principais o sedentarismo e uma dieta desequilibrada”, explica a médica nefrologista Tamara Cunha, especialista em prevenção de cálculos renais.

    Embora a maior parte dos cálculos renais sejam formações cálcicas, o consumo de cálcio não está diretamente associado ao risco de formação. “Na verdade, hoje sabemos que o cálcio proveniente da alimentação é um potencial aliado no tratamento dos cálculos de oxalato de cálcio e que estratégias de restrição da ingestão de cálcio podem piorar tanto as formações quanto a saúde dos nossos ossos”, diz a especialista.

    Para a realização do diagnóstico, os médicos consideram a história clínica e a possibilidade de sangramento na urina. O diagnóstico definitivo é feito através de um exame de imagem. O melhor método, quando disponível e não houver contraindicação, é a tomografia computadorizada do abdome, que detecta a maioria dos cálculos. O ultrassom e o raio X do abdome também podem ser úteis.

    Prevenção e tratamento

    A prevenção na formação dos cálculos urinários pode ser feita a partir de mudanças nos hábitos de vida. O aumento do consumo de água e de sucos naturais, a diminuição do sal e de alimentos ricos em proteína animal, a prática de atividade física regular e a perda de peso são algumas das recomendações da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

    “A hidratação é um dos pilares básicos no processo de prevenção de cálculos renais. No entanto, beber água em excesso não é benéfico para desfazer ou diluir cálculo renal. É importante beber quantidades suficientes de líquidos para manter a urina diluída e esta quantidade é melhor ajustada de acordo com o peso de cada um. Uma regra simples que ajuda adultos é calcular a ingestão de líquidos necessária por dia multiplicando 30mL para cada kg de peso”, afirma a médica.

    O tratamento pode ser clínico, com controle da dor, com o uso de medicamentos que auxiliam na eliminação espontânea do cálculo. Alguns pacientes precisam de abordagem urológica. Atualmente existe uma variedade muito grande de opções cirúrgicas pouco invasivas e com excelente taxa de resolução.

    A escolha da terapia mais eficaz é feita de maneira individualizada, considerando aspectos como a posição e o tamanho do cálculo renal.

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