O pior momento da pandemia no relato de dois trabalhadores
Os recordes sucessivos de mortes pela Covid-19 não deixam dúvida: em março de 2021, o Brasil vive seu pior momento da pandemia até agora. Por trás dos óbitos, estão sistemas de saúde em completo colapso e mais de 4 mil pessoas em todo o país aguardando por leitos nos hospitais. Os números, por si só, já chocam. Mas são os relatos de quem vive na linha de frente que dão a real dimensão da gravidade do momento.
Para quem vive a pandemia dentro dos hospitais, as medidas restritivas que começam a ser impostas por todo o país são como um bote salva vidas. Mas para uma outra parcela esmagadora da população brasileira, o sentimento é mais paradoxal. Enquanto vivem o medo da contaminação, os trabalhadores informais, autônomos ou os desempregados precisam lidar também com um outro medo, o de não garantir o sustento da família. Um estudo da Fundação Getúlio Vargas apontou, ainda no início do ano, que sem o auxílio emergencial e com o recrudescimento da pandemia, até 3,4 milhões de pessoas poderiam ser empurradas para a extrema pobreza.
Neste episódio do E Tem Mais, Monalisa Perrone fala com dois trabalhadores que sofrem intensamente os efeitos do pior momento da pandemia no Brasil. André Fernandes, médico intensivista da Santa Casa de São Paulo, conta sobre suas jornadas de trabalho exaustivas, a mudança no perfil de pacientes internados nas UTIs e fala do desgaste emocional dos trabalhadores da saúde. Na segunda parte do episódio, Monalisa fala com a comerciante Rose Conti, proprietária de um mercado na periferia de Pirituba, São Paulo. Rose conta como o fim do auxílio emergencial mexeu com sua renda e compartilha os anseios de ver pessoas próximas se contaminando por conta do ambiente de trabalho.
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