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    Nove produtores de vacinas contra Covid-19 assinam compromisso de segurança

    Pfizer, BioNTeche e Moderna estão entre as biofarmacêuticas que declaram que manterão 'altos padrões éticos'; empresas descartam 'aprovação prematura'

    Funcionário trabalha em pesquisa de potencial vacina da Covid-19
    Funcionário trabalha em pesquisa de potencial vacina da Covid-19 Foto: Andreas Gebert/Reuters

    Jacqueline Howard e Naomi Thomas da CNN

    Nove empresas biofarmacêuticas assinaram um compromisso conjunto para manter “padrões éticos altos”, sugerindo que não concordam com uma aprovação prematura de vacinas contra a Covid-19 pelo governo.

    O compromisso, revelado nesta terça-feira (8), declara: “Nós, as empresas biofarmacêuticas que assinam esse documento, queremos deixar claro nosso compromisso em desenvolver e testar potenciais vacinas para a Covid-19 de acordo com altos padrões de ética e princípios científicos sólidos.”

    Entre as companhias que assinaram o documento estão: AstraZeneca, BioNTech, Moderna, Pfizer, Novavax, Sanofi, GlaxoSmithKline, Johnson & Johnson e Merck. 

    O documento surge em um momento em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, repetidamente pressionou um desenvolvimento rápido de vacinas em discursos.

    “Será feita em pouco tempo — podemos tê-la até no meio de outubro”, disse Trump em uma coletiva de imprensa na segunda-feira (7). “Nós teremos a vacina logo, talvez até antes de uma data especial, vocês sabem de qual estou falando”, ele afirmou em referência às eleições presidenciais em novembro.

    No dia 6 de agosto, Trump afirmou que estava “otimista” de que haveria uma vacina pronta no dia da votação.

    As assinaturas foram anunciadas pouco depois de uma semana que o delegado da agência de Administração de Remédios e Alimentos (FDA, em sigla americana mais popular), Stephen Hahn, disse em uma entrevista ao Financial Times que a agência poderia considerar conceder uma autorização de uso emergencial ou aprovação para uma vacina da Covid-19, mesmo antes que os testes da fase 3 sejam concluídos.

    As nove empresas escreveram na terça-feira que pedem que “só aprovem ou autorizem o uso emergencial das vacinas após demonstrarem segurança e eficácia durante os estudos clínicos da fase 3, que são desenhados e conduzidos para atender a requerimentos de órgãos especialistas de regulamento como o FDA.”

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    As biofarmacêuticas Pfizer e Moderna possuem vacinas na fase final de testes nos Estados Unidos e em outros países, e a Johnson & Johnson deve começar em breve. As produtoras de vacinas possuem a expectativa de envolver pelo menos 30 mil voluntários nos testes, para que possam identificar se a vacina é realmente segura e protege pessoas da infecção pelo novo coronavírus.

    Os desenvolvedores publicaram o documento pois sentiram a necessidade de reiterar seu compromisso com parâmetros éticos e com os processos científicos diante da população, afirmou Albert Bourla, CEO da Pfizer, em entrevista nesta terça.

    “Com as preocupações crescentes das pessoas sobre os processos que estamos usando para desenvolver essas vacinas, e ainda mais importante, o processo que será usado para avaliá-las, nós enxergamos como essencial nos pronunciar sobre o compromisso com que geramos nossos produtos, nossas vacinas, usando os mais altos padrões éticos e os processos científicos mais rigorosos”, declarou Bourla.

    As nove produtoras de vacinas afirmam que estarão sempre do lado da ciência, em um momento em que o mundo está contando com ela para acabar com a pandemia, disseram no compromisso.

    “Nosso único rival é o vírus, e o tempo para produzir uma vacina eficiente contra ele”, disse Bourla.

    Ele afirmou que o documento assinado pelas biofarmacêuticas é “histórico” e “sem precedentes”.

    (Texto traduzido do inglês, clique aqui para ler o original)