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    Novas mortes por Covid-19 se estabilizaram no Brasil, afirma governo

    O secretário de Vigilância do Ministério da Saúde, Arnaldo de Medeiros, atribui alta contínua dos novos casos a um aumento na testagem no país

    Guilherme Venaglia, da CNN em São Paulo

    Para o Ministério da Saúde, as mortes por Covid-19 pararam de crescer no Brasil e entraram em um momento de estabilidade, o chamado “platô”. Em apresentação feita nesta quarta-feira (8), o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Correia de Medeiros, afirmou que o ministério percebe uma estabilidade no país desde a 22ª semana epidemiológica — portanto, o final de maio.

    “Os números de óbitos são bastante altos, mas têm se mostrado constantes”, diz Medeiros.

    O chamado “platô” seria o indicativo de superação do pico da doença. De acordo com a pasta, nas últimas seis semanas o cenário se repetiu: em torno de 7 mil mortes registradas por semana, ou mil por dia.

    Para o secretário, esse cenário “reflete o esforço de toda a capacidade técnica e assistencial do nosso SUS”

    Os números seguem a lógica de registro do Ministério da Saúde, que considera os casos informados à pasta, independentemente da data de ocorrência. Em relação às datas de ocorrência, 14 de maio segue sendo o dia com o maior número de mortes acontecidas em um único dia, com 988 mortes.

    Os novos óbitos vão sendo confirmados com atraso e acrescentados posteriormente — portanto, essa data pode se alterar com as atualizações futuras. 

    Casos

    Segundo Medeiros, o mesmo não pode ser dito em relação aos casos. No mesmo período, a média diária de casos passou de 21.577 para mais de 37 mil. O secretário afirma que essa oscilação não representa, necessariamente, uma aceleração da contaminação pela pandemia, mas um aumento na testagem.

    “Temos com certeza muito mais testes do que três ou quatro meses atrás”, argumentou o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis, Eduardo Macário.

    O secretário também afirma que há situações diferentes da pandemia ao longo do país. Na distribuição regional, Norte e Sudeste registraram quedas, o Nordeste ficou estável e Sul e Centro-Oeste registraram altas expressivas: no Sul, crescimento de 36% nos casos e 27% nas mortes; no Centro-Oeste, de 18% nos casos e de 22% nas mortes.

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    A doença também se interiorizou ainda mais. Na última semana, o Brasil registrou pela primeira vez mais mortes no interior do que nas capitais e regiões metropolitanas. A diferença na distribuição de casos entre as capitais e o interior aumentou, e agora são 37% nas regiões metropolitanas e 63% fora delas.

    “Nós temos um país continental, e o comportamento de uma doença em uma determinada região não se repete em outra região”, disse o secretário. Ele também adotou cautela e afirmou que ainda não se sabe o suficiente a respeito da doença. “Estamos aprendendo a cada semana e precisamos ter um olhar cuidadoso”.

    Saúde de Bolsonaro

    O secretário Arnaldo Medeiros afirmou que não compete ao Ministério da Saúde tratar da saúde do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que testou positivo para a Covid-19. “A equipe médica do presidente é que controla a saúde dele”, disse.

    Medeiros afirmou que a pasta apoia o que chamou de “etiqueta respiratória”, com o uso de máscaras e maior afastamento entre as pessoas. Ele ainda recomendou, sem falar especificamente de Bolsonaro, que todos os que tiveram contato com casos confirmados da doença devem procurar uma unidade de saúde.

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