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    Novas estratégias são necessárias para ampliar vacinação infantil, aponta Unicef

    Em entrevista à CNN, oficial de saúde do Unicef no Brasil, Stephanie Amaral, alerta para a baixa cobertura de vacinação entre as crianças

    Vacinação de crianças em Minas Gerais
    Vacinação de crianças em Minas Gerais Danilo Henriques/Secom/PMU

    Camila OlivoBel Camposda CNN

    em São Paulo

    Campanhas de incentivo à vacinação infantil não são suficientes para reverter o quadro de queda na cobertura dos imunizantes tradicionalmente aplicados. Um levantamento do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostra que o Brasil está entre dez países com o maior número de crianças que não receberam nenhuma dose da tríplice bacteriana, que protege contra difteria, tétano e coqueluche.

    Para a oficial de saúde do Unicef no Brasil, Stephanie Amaral, é preciso ir além das campanhas tradicionais e adotar outras estratégias para incentivar a vacinação.

    “Recentemente nós tivemos uma campanha do Ministério da Saúde contra sarampo e gripe que teve resultados, mas, infelizmente, o alvo não foi alcançado nem em 50% das crianças que deveriam ser vacinadas contra o sarampo. A campanha é eficaz, mas não é suficiente”, diz ela.

    Stephanie sugere estratégias como a busca ativa de crianças não vacinadas e o envolvimento conjunto de profissionais de diversas áreas, como saúde e educação, para entender o porquê da ausência desses menores de idade nos postos de vacinação.

    Em entrevista à CNN, a representante do Unicef disse acreditar que a erradicação de algumas doenças, como o sarampo e a poliomielite, causou um falso sentimento de segurança. “Isso passa uma sensação de que a vacinação não é tão importante porque não temos essas doenças”, diz.

    “Entretanto, a baixa cobertura vacinal nos coloca em risco novamente, como é o caso do sarampo. Nós tivemos recentemente uma volta do sarampo ao Brasil e corremos o risco da volta da poliomielite, que já tem sido observada em outros países”, alerta.

    A especialista afirma que, para que a doença seja reintroduzida no país, basta que uma pessoa infectada entre em contato com uma criança não vacinada.

    A redução nos índices de vacinação infantil no mundo é a maior queda contínua em aproximadamente 30 anos de acordo com dados oficiais publicados pelo Unicef e pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

    A porcentagem de crianças que receberam três doses da vacina contra difteria, tétano e coqueluche – um marcador de cobertura vacinal dentro dos países e entre eles – caiu cinco pontos percentuais entre 2019 e 2021, para 81%.