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    ‘Brasil pode ter a mesma organização dos EUA’, diz coordenador de estudo

    Coordenador de estudo da vacina da Pfizer no Brasil falou do andamento da vacina no Brasil

    Da CNN, em São Paulo



     
     

    “Os brasileiros têm uma grande capacidade de vacinação e nós podemos fazer a mesma coisa [que os EUA]”, disse à CNN Cristiano Zerbini, que coordena testes os da vacina de Covid-19 da Pfizer em São Paulo. O médico reumatologista faz parte do Centro Paulista de Investigação Clínica e comentou a aprovação da vacina da Pfizer nos Estados Unidos neste domingo (13).

    Zerbini afirma que o Brasil é reconhecido mundialmente em termos de campanha de vacinação e, por isso, acredita que a mesma organização da distribuição da Pfizer poderá ser implementada aqui.

    O médico elogiou o Plano Nacional de Imunização divulgado no sábado (12) pelo Ministério da Saúde. “Gostei bastante do que foi escrito. Agora nós precisamos botar a mão na massa”, disse.

    No entanto, ele complementou que a população carcerária e os professores também deveriam fazer parte do grupo prioritário. “Eu colocaria os professores lá em cima. Eu sou profissional de saúde e eu coloco os professores ao meu lado.”

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    O reumatologista vem trabalhando nos estudos da vacina da Pfizer/BioNTech desde agosto e disse que, embora já queira tomá-la, os próprios pesquisadores que estão realizando o estudo ainda não podem tomar a vacina porque o estudo é do tipo duplo-cego. “Se a gente tomasse a vacina, a gente iria influenciar as pessoas que estão participando do estudo. Mas logo que tiver a liberação, eu quero tomar.”

    Algumas reações à vacina foram registradas e aparecem até os sete primeiros dias depois da aplicação da vacina. No entanto, segundo o médico, “se a vacina oferecesse algum perigo, esses países [EUA e Reino Unido] nem começariam a usar a vacina. Vamos nos basear na ciência”.

    Zerbini trouxe a atualizações dos últimos dados publicados sobre a Pfizer. Os efeitos mais frequentes, segundo ele, foram: um pouco de dor no local da aplicação, um pouco de fadiga e cansaço, dor de cabeça e febre em torno de 38º e 38,5º. Outros pacientes não registraram nenhum tipo de reação.

    Cristiano Zerbini, coordenador dos estudos da Pfizer no Brasil
    Cristiano Zerbini, coordenador dos estudos da Pfizer no Brasil (13 dez. 2020)
    Foto: Reprodução/CNN

    Os estudos tiveram 43.518 participantes no mundo inteiro. Cidadãos dos Estados Unidos, Brasil, Alemanha, Turquia, Argentina, África do Sul participaram dos testes. Todos tinham um aplicativo no celular programado para avisar à equipe de pesquisadores tudo o que acontecesse no corpo deles e pudesse estar relacionado à vacina. Após a comercialização da vacina, haverá a fase 4 de vigilância epidemiológica pós-estudo. 

    Zerbini explica que, no ponto de vista dele, quem está sentindo sintomas de Covid-19 deverá esperar a recuperação antes de ser vacinado. No entanto, se o indivíduo estiver bem, assintomático, nada impede que ele receba o imunizante.

    Neste momento, de acordo com o coordenador dos estudos da Pfizer no Brasil, a preocupação da Pfizer/BioNTech é que todos os acordos que foram feitos com governos federais e estaduais sejam cumpridos. Até o final de 2020, segundo Zerbini, a empresa fará 50 milhões de doses de vacina. E em 2021, 1,3 bilhões. Sendo que deste número, 520 milhões, aproximadamente, já estão firmados por compromissos com governos ao redor do mundo. 

    (Publicado por: Marina Motomura)

     *Ao contrário do publicado no primeiro título desta notícia, Zerbini não é coordenador da Pfizer

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