Nicole Bahls congelou óvulos aos 28 anos; entenda mais sobre o procedimento
Em uma entrevista, a apresentadora revelou que ainda não possui o desejo de se tornar mãe
Aos 38 anos de idade, Nicole Bahls revelou em uma entrevista para o Gshow ter congelados seus óvulos há 10 anos atrás. Sem a vontade de ser mãe nesta altura de sua vida, a apresentadora recorreu ao procedimento para o caso de mudar de ideia.
De acordo com o médico ginecologista e obstetra Domingos Mantelli, a melhor idade para realizar o procedimento é o quanto antes. “Se essa mulher souber que vai ter que adiar a gravidez por algum motivo. Exemplo, se a mulher chegou aos 30 anos, não é casada ainda, não tem previsibilidade de ter filhos, seria interessante o congelamento de óvulos”, recomendou em conversa com a CNN.
Já de acordo com a ginecologista e obstetra Mariana Rosário, entre os 30 e 35 anos seria o ideal. “Porque os óvulos envelhecem conforme envelhecemos”, justificou.
Ainda que seja um procedimento indicado para mulheres que irão passar por uma quimioterapia ou que sofrem de endometriose, de acordo com os especialistas, qualquer paciente pode optar pelo congelamento.
Segundo Rosário, os óvulos podem ficar congelados, em média, por dez anos. Porém, após seu descongelamento, não há uma garantia de que a paciente, efetivamente, engravidará.
“Há muitas coisas que podem interferir, como a técnica usada no congelamento, a quantidade de óvulos que sobreviveram após o descongelamento, a qualidade do espermatozoide que o fecundará, a técnica usada na fecundação”, a médica cita as variáveis.
De acordo com a especialista, estatísticas afirmam que após o descongelamento entre 90% e 95% do óvulos sobrevivem. Para isso, Domingos Mantelli afirma: “É interessante congelar a maior quantidade possível de óvulos e, se for possível, até mesmo fazer o congelamento já do embrião”.
Para que a gravidez seja bem sucedida, ainda é importante que a mulher cuide de sua saúde. “De nada adiante fertilizar se o embrião não conseguir implantar bem no útero e a gestação ter continuidade”, acrescenta Mariana
Mas como funciona o procedimento?
“É relativamente simples. A mulher recebe sedação e, guiado por ultrassom, o médico insere o transvaginal, adaptado com uma agulha especial na ponta, que “suga’ os óvulos. Essa mulher recebeu um preparo anteriormente, que foi uma medicação para que ela ovulasse mais e, assim, fossem captados mais folículos no procedimento”, explica Mariana Rosário, garantindo que o processo é indolor e rápido.
Após a captação, a especialista ainda detalha que os óvulos seguem para o embriologista do laboratório, que avalia quais deles têm condição para o congelamento.
Qual é o valor do congelamento de óvulos?
Segundo Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em Reprodução Humana, o procedimento gira em torno de R$ 10 mil a R$ 20 mil, considerando as medicações para a estimulação hormonal, até a coleta e o congelamento de fato.
“Vale ressaltar que, além dos custos relacionados ao procedimento, em si, há um custo adicional da manutenção do material coletado, que ficam cerca de R$ 1,2 mil por ano“, acrescenta o médico.
Quais são os efeitos colaterais?
De acordo com Paula Fettback, ginecologista especialista em Reprodução Humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a estimulação hormonal do início pode causar retenção hídrica, aumentando o peso, que pode ser eliminado após a queda no nível hormonal.
Além disso, a especialista indica que, ainda durante o processo hormonal, podem ocorrer desconfortos abdominais, dores de cabeça, acne leve e instabilidade emocional. “Depois de um ciclo menstrual natural os efeitos tendem a passar”, tranquiliza a ginecologista.