Nenhuma vacina será aprovada sem passar por todos os testes, diz infectologista
Rosana Richtmann, do Emilio Ribas, avaliou impasse sobre a Coronavac e diz que o importante não é a origem da vacina, mas o protocolo de pesquisa
Rosana Richtmann, infectologista do instituto de Infectologia Emilio Ribas e do Grupo Santa Joana, afirmou em entrevista à CNN neste sábado (24) que nenhuma vacina será aprovada sem passar por todos os testes necessários que comprovem sua eficácia e segurança.
“A Anvisa é o órgão responsável e só vai aprovar vacina na medida em que a ciência der respostas adequadas. Essa disputa política só faz mal para a população porque as pessoas hesitantes ficam em dúvida. O que eu diria para a população é: fiquem tranquilos porque nenhuma vacina será aprovada sem que, de fato, ela tenha passado em todas as fases que necessitam para serem regularizadas.”
A Anvisa autorizou a importação para o Brasil de 6 milhões de doses da Coronavac, imunizante desenvolvido no país pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês SinoVac, que devem chegar no início de novembro. Além da Coronavac, outras três vacinas também estão em fase final de testes.
Leia também:
Barroso: STF deve julgar obrigatoriedade de todas as vacinas, não só da Covid-19
AstraZeneca retomará testes da vacina Covid-19 nos EUA após reação em paciente
Farmacêutica brasileira fecha acordo para produzir vacina Sputnik V em novembro
A médica ainda disse que, após aprovação, são grandes as chances da circulação de mais de uma vacina contra a Covid-19. A única ressalva é que as pessoas tomam doses de um mesmo fabricante.
“Pelo fato de não termos quantitativo suficiente para toda a população, vai ser muito comum essa opção de se usar mais de uma vacina, de diferentes fabricantes, ao mesmo tempo. O que não é recomendado é tomar doses diferentes, ou seja, se deve manter o mesmo fabricante na primeira e na segunda dose.”
Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunização, também participou da entrevista e lembrou que nunca antes a população questionou a origem de vacinas. Por isso, o mesmo não deveria acontecer agora com o imunizante contra o novo coronavírus.
“O importante não é a origem da vacina, mas o protocolo de pesquisa, o acompanhamento desses resultados e a garantia de que a vacina só será licenciada quando os resultados se mostrarem favoráveis. Isso vale para vacinas de qualquer origem. Vacina não tem origem, tem ciência”, destacou.
(Edição: Marcio Tumen Pinheiro)