Negar o benefício da vacinação é um retrocesso, diz diretor da SBIm
À CNN, infectologista Renato Kfouri também afirmou que existem justificativas epidemiológicas para a vacinação de crianças contra a Covid-19
O diretor da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), Renato Kfouri, reforçou em entrevista à CNN, neste domingo (28), a necessidade da vacinação contra o coronavírus.
Para Kfouri, a descredibilização das vacinas contra a Covid-19 feita por alguns grupos ao redor do mundo é infundada.
“O experimento [de vacinas] se faz dentro de estudos clínicos. Todos os medicamentos que usamos hoje passaram pelo mesmo processo. Uma vez que esse produto é autorizado ele é utilizado em larga escala, já temos 7,5 bilhões de doses aplicadas no planeta, e os efeitos colaterais que a gente observou são de uma raridade que não se comparam com os benefícios”, afirmou.
Kfouri destacou que as vacinas salvam vidas. “Aqui no Brasil, [as vacinas, de todos os tipos] foram responsáveis pelo aumento da expectativa de vida em mais de 30 anos nas últimas décadas. Negar o benefício da vacinação é um retrocesso e a gente precisa avançar na vacinação das crianças”, disse.
Até o momento, o Brasil só possui vacinas licenciadas para grupos acima dos 12 anos. Até o final desse mês, a Pfizer deve submeter à Anvisa os registros das pesquisas em crianças de 5 a 11 anos.
O diretor da SBIm explicou o porquê da vacinação diferenciada para menores de 12 anos. “Crianças, por terem um sistema imune mais jovem e robusto, respondem de forma mais vigorosa às vacinas, e normalmente as formulações pediátricas são menos concentradas”, disse.
Kfouri também defendeu a imunização desse grupo “Quando a gente fala em 0,4% de mortes em menores de 20 anos [por Covid-19], são 2.400 crianças e adolescentes que morreram, é mais que todas as doenças do calendário de doenças infantil. Há justificativas epidemiológicas, sociais e éticas para incluir crianças no grupo de vacinação”, afirmou.
O infectologista disse, no entanto, que a vacinação de crianças ainda atravessa grandes discussões sobre prioridades.
“São dois aspectos importantes, a segurança das vacinas, que vem sendo demonstrada, e as iniquidades na distribuição de vacinas pelo planeta. A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem feito esforços, mas não têm sido suficientes”.
Veja a vacinação contra a Covid-19 no Brasil e no mundo
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