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    ‘Não é momento de flexibilização em SP’, diz integrante de comitê sobre Covid-19

    Membro do do Comitê de Contingência do Coronavírus em SP, Paulo Rossi Menezes defendeu medidas de isolamento mais eficazes para o estado

    O médico Paulo Rossi Menezes, coordenador da Coordenadoria de Controle de Doenças da Secretaria do Estado de São Paulo e integrante do Comitê de Contingência do Coronavírus em São Paulo, disse à CNN, nesta segunda-feira (25), que ainda “não é o momento de pensar em flexibilização” no estado.

    “Observamos aumento no números de casos e mortes em todas as regiões do estado”, justificou ele. Na última quarta-feira (20), o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que pretende iniciar a reabertura gradual já a partir de 1º de junho. 

    O médico ainda afirmou ser favorável ao governo estadual “ter um plano de flexibilização e critérios” para quando isso for iniciado. Ele ressaltou a importância do estudo de medidas que aumentem o isolamento social e avaliou que o “lockdown é pouco viável”.

    “Na China se fechou tudo, inclusive as divisas. Para sua efetividade, o lockdown requer o fechamento de fronteiras, no caso do município de São Paulo, o que é impraticável, porque temos a continuidade com os outros municípios da Grande São Paulo, por exemplo”, ponderou.

    No domingo (24), o estado de São Paulo completou dois meses de quarentena. Há registros de casos de Covid-19 em 508 dos 645 municípios – uma abrangência portanto de 78% de disseminação do novo coronavírus. 

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    Na avaliação de Menezes, a quarentena foi efetiva, mas os casos atualmente estão em um platô. “A quarentena permitiu reduzir a velocidade de transmissão do vírus na população e o número de casos que ocorreria caso não tivesse acontecido. Isso permitiu a organização e expansão de leitos – de enfermaria e UTI – disponíveis para a Covid-19. Nesse sentido, a avaliação é positiva”, afirmou. “Por outro lado, não conseguimos ainda uma redução que nos permita dizer que estamos em uma fase descendente”, acrescentou.

    Sem a medida de isolamento social, o médico estima que São Paulo poderia ter tido “dezenas de milhares de mortes”. “É preciso ressaltar que, no início da pandemia, SP, que tinha o maior número de casos, chegou a ter 50% dos casos do país. Essa proporção foi caindo e hoje temos 1/4 de todos os casos do país, o que provavelmente é resultado da quarentena. Nesse sentido, a quarentena tem protegido a população. Nós já teríamos tido dezenas de milhares de mortes caso não tivéssemos feito a quarentena, inclusive com o colapso do sistema de saúde. Hoje temos mais 6,1 mil mortes, mas não por falta de assistência”, concluiu.

    Segundo o último balanço do Ministério da Saúde, o estado de SP tem 82.161 casos confirmados e 6.163 mortes até domingo (24). Dados atualizados devem ser divulgados ainda nesta segunda pelo governo estadual.