‘Não corre o risco de vacina ficar parada em município’, diz Conasems
À CNN, secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais diz que provável falha no registro tenha gerado dúvida em relação à vacinas vencidas
Na sexta-feira (2), o jornal Folha de S. Paulo denunciou que cerca de 26 mil doses de vacina teriam sido aplicadas após a data de validade na população. Os estados e municípios estão averiguando o processo a fim de descobrir quantas doses foram aplicadas vencidas ou se trata apenas de uma falha no registro dos dados oficiais do DATASUS.
Em entrevista à CNN, o secretário-executivo do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, disse que “a vacina chega e imediatamente é colocada à disposição da população” e que por isso, não haveria “risco de ter vacina parada em um município a ponto de vencer.”
“Esse controle [dos lotes] é feito pela Anvisa quando aprova, pelo PNI do ministério da Saúde, pelos estados ao distribuir e também na ponta. O profissional de saúde confere o lote, confere a partida, confere a data de validade, a vacina, o cartão do cidadão para depois aplicar. É muita conferência.”
Mauro Junqueira informou que na maior parte dos municípios, a campanha está sendo feita via drive-thru, o que incorre na possibilidade dos dados serem cadastrados depois. “Nem sempre os municípios têm lá um tablet ou celular para imputar o dado na mesma hora. Às vezes você coloca no papel e depois senta para fazer o registro. Então é possível que na hora do registro possa ter ocorrido algum equívoco.”
Ele informou, também, que cidades maiores disponibilizam um sistema próprio de controle de dados e que em momento posterior, o registro é repassado ao DATASUS.
“Municípios maiores têm sistemas próprios para fazer a intratabilidade dos sistemas, então tudo isso pode dar alguma consistência.”
Junqueira afirmou que assim que a reportagem foi publicada, o Conasems se reuniu com o ministério da Saúde e há novos encontros agendados que visam esclarecer a questão.
“Estamos ainda por fechar todos os relatórios na semana que vem, com reuniões agendadas de forma tripartite com o ministério e o Conas [Congresso Nacional de Saúde] para que possa tranquilizar a todos que isso não ocorreu.”
O secretário também afirmou que todas as doses que saíram do ministério foram checadas pela Anvisa e devidamente orientadas em relação à validade. “Estamos verificando todas as questões de prazo, mas toda vacina disponibilizada foi distribuída dentro dos prazos de validade, orientando os estados e municípios.”
(*sob supervisão de Elis Franco)