Mudanças bruscas de temperatura impactam o corpo de formas diferentes; entenda
No quadro Correspondente Médico, dr. Fernando Gomes explicou como crise climática pode afetar nossa saúde
Na edição desta segunda-feira (9) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes explicou como as mudanças climáticas podem afetar a nossa saúde.
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou o maior relatório sobre mudanças do clima já produzido na história. Os dados mostram que o mundo está a um passo de viver um colapso climático. Segundo os especialistas, o aumento das temperaturas faz o clima ficar desregulado, o que pode provocar secas mais longas, enchentes, além de ondas de calor prejudiciais à saúde humana. Com o planeta mais quente, a expectativa é de estações de calor mais demoradas e estações frias mais curtas.
No Brasil, após uma massa de ar frio que bateu recordes no Sul e no Sudeste nos últimos dias, os termômetros devem começar a subir. São Paulo, por exemplo, deve chegar aos 30°C esta semana.
Fernando Gomes explicou que para o corpo é um grande desafio as mudanças bruscas de temperatura, pois os níveis de hidratação e pressão, entre outros, precisam estar sempre regulados ao ambiente externo.
“Quando muda a temperatura, podemos identificar que existem dois padrões dependendo se cai ou se se eleva de forma abrupta. Do frio para o quente, existe uma tendência para a desidratação. O sangue pode ficar mais espesso e isso pode levar a risco maior de trombose e outras complicações”, afirmou o médico.
“Outra coisa que ocorre é que para tentar dissipar o calor quando existe o aumento de temperatura, os vasos sanguíneos tendem a se dilatar um pouco e a pressão pode cair — por isso, não é incomum as pessoas sentirem mal-estar relacionados à pressão arterial [no calor]”, completou.
Já quando a temperatura sofre queda abrupta, o processo no corpo é inverso, explicou o neurocirurgião. “A pressão tende a subir de forma aguda porque os vasos da periferia se fecham para garantir que o sangue fique dentro do corpo e, com isso, perder menos calor. Por isso, existe risco maior de crises de hipertensão arterial“, afirmou Gomes.
(*Com informações de Nicole Lacerda, da CNN, em São Paulo)