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    Mudança radical de política na China coloca milhões de idosos em risco, analisa infectologista

    Fim da política de Covid zero no país expõe mais de 260 milhões de idosos, dos quais grande parte não tem esquema vacinal completo

    Gustavo ZanferElis Francoda CNN

    A política de Covid zero na China, que impunha regimes de isolamento e testagens em massa, foi abolida pelo governo chinês após protestos em dezembro deste ano.

    A liberação da população vai de encontro com mais de 260 milhões de idosos no país, cujo esquema vacinal é deficiente. A lotação dos hospitais, fechamentos de fábricas e consequentes danos à economia são outros problemas que o Partido Comunista Chinês deve enfrentar.

    Alexandre Naime, médico infectologista e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, afirmou à CNN que abrir a política de Covid zero sem ter a população idosa vacinada “é uma estratégia kamikaze”.

    “Estimativas apontam que cerca de 1 a 2 milhões de óbitos são esperados se essa população idosa não for vacinada ou não for colocada em isolamento”, aponta o médico.

    “A política de Covid zero funciona – você não deixa as pessoas se encontrarem –, mas, por trás disso, precisa haver um esforço grande de vacinação em que uma hora você tem que interromper essa política”, explica o médico.

    Naime explica que a mudança da política de isolamento social da China é perigosa uma vez que a população idosa tem mais receptividade à Covid grave.

    Outro ponto levantado foi o uso exclusivo pela China de vacinas produzidas no próprio território. “Há 1 ano, não nos cabia ser ‘sommelier de vacinas’, escolher qual usar, mas agora a gente sabe que, principalmente para dose de reforço, as vacinas de RNA mensageiro e as de adenovírus (Pfizer, Moderna, AstraZeneca) são mais efetivas principalmente para dose de reforço. Então uma outra preocupação é o tipo de vacina usada por lá. São vacinas com vírus inativo, o que é menos efetivo”, diz Naime.

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