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    Movimento antivacina presta desserviço à saúde pública, diz gerente da Anvisa

    Gustavo Mendes falou sobre aprovação do órgão à ampliação de testes clínicos da potencial vacina da Pfizer e andamento das pesquisas no Brasil

    Anna Satie, da CNN, em São Paulo

    O movimento contra a vacinação presta desserviço à saúde pública, e a população não tem o que temer quanto à uma possível vacina contra a Covid-19 que for chancelada pelas agências reguladoras. Essa é a avaliação do gerente-geral de medicamentos da Anvisa, Gustavo Mendes.

    “O movimento antivacina presta um desserviço à saúde pública, há exemplos no passado, como o sarampo que voltou. Quero reforçar a ideia de que vamos tratar a vacina para a Covid-19 com toda a segurança, para que a população se sinta absolutamente tranquila para tomar a vacina e se sentir protegida”, disse em entrevista à CNN, nesta sexta-feira (18).

    Apesar de ser a Anvisa quem vai bater o martelo sobre se uma imunização deve ou não ser disponibilizada ao público brasileiro, ele revela que o órgão não vai tomar a decisão sozinho. 

    “Não é uma decisão que a gente pretende tomar só no âmbito do Brasil, a gente tem reuniões semanais com as agências reguladoras americanas, europeias, japonesas, que são nossos parceiros em discussão e que estão na mesma situação, para compartilhar a responsabilidade, as preocupações, e deixar a população absolutamente tranquila quanto a isso [a confiabilidade da vacina]”, declarou.

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    Gustavo também abordou a aprovação da agência, nesta sexta, para ampliar os testes clínicos no Brasil da potencial imunização da Pfizer. O número de voluntários foi de 1.000 para 2.000 e a faixa etária passou a ser a partir dos 16 anos.

    Ele conta que a decisão é dos pesquisadores e que a Anvisa avalia para verificar se as estatísticas previstas do estudo vão mudar.

    O técnico diz que não há como saber qual das quatro vacinas em teste no país está em fase mais avançada e que considera que todos os estudos na fase 3 estão em pé de igualdade. 

    “Não existe como sabermos o andamento do estudo, como ocorreu com a vacina de Oxford, podem acontecer interrupções de dias, meses, depende do processo de investigação. Prefiro dizer que estamos aguardando todas as vacinas possíveis, inclusive as que não estão sendo testadas no Brasil. Todas que estão na fase 3 estão no mesmo patamar”, considerou. 

    Quanto aos imunizantes que não estão sendo testados nacionalmente, ele disse que, não necessariamente, demorariam mais para serem aprovados pela Anvisa. 

    “Não é obrigatório fazer o teste no Brasil. Mas quando a vacina é desenvolvida lá fora, temos perguntas, como: ‘é possível extrapolar esses dados para os brasileiros’, questões étnicas, das condições de saúde, e até outras questões, como se a cepa viral é a mesma. São questões que terão de ser respondidas por pesquisadores que não testaram aqui. Mas isso não significa maior demora, pode ser que já seja respondido com os dados gerados”, disse. 

    Ele conta que há um comitê de especialistas dentro do órgão dedicados a essa avaliação. 

    “Já existe uma organização do governo para que seja disponibilizada [a vacina] o mais rápido possível. Eu estou esperançoso, a gente vai ser vacinado o mais rápido possível”, falou.