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    Ministério da Saúde resiste a incluir Remdesivir no SUS

    Documento, ao qual a CNN teve acesso, sustenta que são necessários “dados mais robustos para estimar o real benefício” do remédio

    Igor Gadelhada CNN

     

    O novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e outros integrantes da pasta resistem a incluir no SUS o Remdesivir, antiviral que teve o seu uso para o tratamento contra a Covid-19 aprovado em 12 de março pela Anvisa. A resistência tem como base uma nota técnica elaborada em março deste ano pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta.

    O documento, ao qual a CNN teve acesso, sustenta que são necessários “dados mais robustos para estimar o real benefício” do remédio no tratamento contra o novo coronavírus. A interlocutores, Queiroga tem dito que, diante da nota técnica e do alto preço do Remdesivir (o medicamento custa mais de 3 mil dólares), o remédio não será adquirido pelo SUS, pelo menos do que depender do novo ministro.

     

    A nota técnica ressalta que os quatro estudos clínicos sobre a eficácia e segurança do Remdesivir não trazem indícios claros dos efeitos na redução das mortes pela doença. “Os resultados apontaram para a falta de benefício do RDV na redução do tempo de ventilação mecânica, mortalidade, melhora clínica e conversão viral negativa, considerados desfechos críticos e importantes”, diz a nota técnica.

    De acordo com o documento elaborado pela secretaria, os estudos “possuem alto risco de viés com a maioria das evidências para os desfechos avaliados com qualidade baixa ou muito baixa”. “A avaliação da recuperação dos pacientes, um dos benefícios encontrados com o tratamento foi avaliada por escalas que divergiram entre os estudos, o que pode interferir nos resultados”, dizem os técnicos.

    “Assim, os resultados dos estudos devem ser interpretados com cautela, pois nenhum deles foi conclusivo em demonstrar a eficácia, efetividade e segurança do RDV. Ademais, o RDV não teve resultados estatisticamente significantes para o desfecho mortalidade”, emenda a nota, que conclui: “Portanto é necessário dados mais robustos para estimar o real benefício da tecnologia no tratamento de pacientes com a Covid-19”.