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    Microscópio fotografa pela 1ª vez a interação do novo coronavírus com células

    Descoberta foi possível graças a um microscópio de hélio, uma tecnologia que costuma ser empregada no campo da nanotecnologia

    Microscópio fotografou a interação do novo coronavírus com as células artificiais do tecido renal de um macaco
    Microscópio fotografou a interação do novo coronavírus com as células artificiais do tecido renal de um macaco Foto: Reprodução

    Raphael Coraccini, colaboração para a CNN Brasil

    Um estudo realizado na Alemanha conseguiu, pela primeira vez, capturar imagens do novo coronavírus. A descoberta foi possível graças a um microscópio de hélio, uma tecnologia que costuma ser empregada no campo da nanotecnologia e que agora serviu à biologia para entender o comportamento do Sars-CoV-2.  

    Os cientistas das universidades de Bielefeld e Giessen conseguiram fotografar a interação do novo coronavírus com as células artificiais do tecido renal de um macaco. “Nossas imagens fornecem uma visão direta da superfície 3D do coronavírus e da célula renal, com uma resolução na faixa de alguns nanômetros”, diz Natalie Frese, principal autora do estudo e pesquisadora da Faculdade de Física da Universidade de Bielefeld. 

    O estudo de Frese foi publicado na revista científica Beilstein Journal of Nanotechnology no dia 2 de fevereiro e comentado por outros especialistas. 

     

    O professor Holger Sudhoff, médico-chefe da Clínica Universitária de Otorrinolaringologia, Cirurgia de Cabeça e Pescoço da Universidade de Bielefeld disse que o microscópio de hélio permitiu uma significativa melhora na avaliação da interação do coronavírus com as células. “A microscopia de íon de hélio pode ajudar a entender melhor o processo de infecção em portadores de Covid-19″, destaca o especialista. 

    A expectativa é que a tecnologia ajude a entender como as células se comportam no combate ao vírus e facilite o tratamento contra a Covid-19. 

    Antes da técnica, as células infectadas eram analisadas por meio de microscópios eletrônicos de varredura, que não permitiam a captura da imagem e que exigia que as amostras fossem cobertas com um revestimento condutor, feito de uma fina camada de ouro, o que tornava a visão menos precisa. 

    “A microscopia de íon de hélio (HIM) oferece a oportunidade de obter visualizações diretas de amostras biológicas, como estruturas celulares, partículas de vírus e interações microbianas”, diz o estudo.