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    Metade das transmissões da COVID-19 ocorre antes dos sintomas, diz estudo

    Pesquisa ressalta importância de medidas de isolamento entre pessoas aparentemente saudáveis.

    Da CNN, em São Paulo

    Aproximadamente metade das transmissões da COVID-19 ocorrem antes dos sintomas da doença se apresentarem, segundo estudo feito por especialistas chineses e publicado nesta quarta-feira (15), na “Nature Medicine”. 

    Após esta constatação, os cientistas recomendam que as medidas de controle e prevenção da infecção devem ser ajustadas a esta realidade. Ou seja, as medidas de isolamento não se aplicam apenas aos infectados, mas também as pessoas aparentemente saudáveis devem cumprir os procedimentos de quarentena e distanciamento social.

    Os pesquisadores usaram informações sobre os padrões de disseminação viral no organismo de 94 pacientes com a COVID-19 e também dados do perfil infeccioso da doença em 77 pares de pessoas, formados pelas infectadas e pelas que passaram o vírus para elas.

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    Em amostras da garganta, os cientistas observaram que a maior carga viral ocorre no momento em que os primeiros sintomas surgem. A partir dessa informação, eles inferiram que o ápice da capacidade de transmissão do vírus é, justamente, antes dos primeiros sintomas.

    Os cientistas constataram que de 46% a 55% dos infectados foram contagiados antes de a pessoa responsável pela transmissão apresentar qualquer sintoma. O levantamento mostra que a transmissão começa a acontecer de 2 a 3 dias antes do surgimento dos sintomas, sendo que o ápice da transmissão seria na véspera.

    “Medidas de controle da pandemia devem ser ajustadas para uma realidade de substancial contágio pré-sintomático”, escreveram os pesquisadores.

    Isso quer dizer que isolamento social, rastreamento de contatos, uso de máscara, aumento das medidas de higiene pessoal, entre outras medidas de prevenção, não serão tão eficazes se forem adotadas somente por pessoas que já apresentem sintomas.

    O estudo cita o exemplo da epidemia de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS), em 2003. Embora fosse muito mais letal do que a COVID-19, com uma taxa de mortalidade que chegava a 10%, a SARS só era transmitida depois do surgimento dos sintomas, o que facilitou a contenção da epidemia.

     

    Com Estadão Conteúdo

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