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    Médicos avaliam: Brasil errou na testagem e isolamento de doentes e contactantes

    Raquel Stucchi e Paulo Lotufo discutem os problemas enfrentados pelos brasileiros para tentar controlar a transmissão do coronavírus

    Produzido por Renata Souza, da CNN em São Paulo*

    Um ano depois que a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia de Covid-19, o Brasil é o país com maior número de novos casos por dia. Em entrevista para a CNN Brasil neste domingo (14), a infectologista da Unicamp e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi, e o epidemiologista e professor titular da faculdade de Medicina da USP, Paulo Lotufo, avaliam que uma série de erros e falta de planejamento culminaram no colapso que o Brasil vive atualmente. Entre estas variáveis, eles destacam falhas no sistema de testagem e falta de isolamento adequado dos doentes e das pessoas que tiveram contato com quem testou positivo: os ‘contactantes’.

    “Nós temos uma sucessão de falhas, mais falhas do que sucessos neste um ano de pandemia no Brasil. Nós somos péssimos alunos. Com certeza estamos sendo reprovados pelo mundo, internacionalmente, porque nós não aprendemos nada e continuamos sem testar adequadamente, sem fazer o isolamento tanto dos que testam positivo, quanto dos seus contatos que também devem ficar isolados por 14 dias”, diz Raquel.

    Paulo Lotufo relembrou a primeira morte no Brasil em decorrência da Covid-19. A vítima era uma diarista e, embora tenha ocorrido no dia 12 de março de 2020, o resultado do teste só saiu no final do mês seguinte. 

    “Na sexta-feira (12), completou-se um ano do primeiro óbito. Foi um caso que eu consegui acompanhar e a imprensa, com autorização da família, divulgou o nome. Ela chamava-se Rosana Urbano e era uma faxineira da zona Leste de São Paulo, da cidade de Tiradentes. Ela foi internada no dia 11 de março, no Hospital do Tatuapé, o exame foi enviado ao laboratório no dia 17 [de março], mas o resultado saiu no dia 30 de abril. Vejam só o atraso que nós tivemos com casos de pessoas internadas e que vieram à óbito”, afirma.

    Segundo ele, o maior gargalo era a falta de uma coordenação e orientação assertiva vinda das autoridades. “Estávamos processando diversos exames desnecessários, de pessoas que estavam fazendo porque estavam preocupadas, não havia um direcionamento. Isso foi um erro muito grande”, complementa.

    (*Supervisionada por Layane Serrano)