Médico do Igesp defende hidroxicloroquina para pacientes internados com COVID-19
Dante Senra, coordenador da Unidade de Tratamento Intensivo do Hospital IGESP e cardiologista do Sírio Libanês, explicou tratamento contra COVID-19
“A nossa impressão –e não passa disso, infelizmente– é muito favorável”, afirma ele. “No Igesp, nós internamos 90 pacientes –e são idosos com suas comorbidades, que vão amealhando durante a vida–, e conseguimos dar 60 altas hospitalares de pacientes que estavam em uma condição de pneumonia intersticial já”, completa.
Senra, que esteve na reunião de médicos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nesta semana, ainda disse que discorda do posicionamento do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta –que diz que o medicamento só deve ser administrado em pacientes graves.
“Depende do que ele considera paciente grave. Para nós, é aquele que interna com quadro de pneumonia intersticial e viral”, disse. “Iniciamos [a administração da hidroxicloroquina] em todo mundo internado e a impressão é muito favorável, inclusive, porque, desses 90, tivemos quatro pacientes que ficaram na UTI e utilizaram ventilação mecânica”, acrescenta.
Apesar dos resultados positivos, Senra frisou o fato de não ter comprovações científicas sobre a eficácia do remédio. “Infelizmente, não é uma afirmação de cunho científico, porque não tem estudo comparativo, mas como tem um efeito colateral que pode ser mensurado e é pequeno, sobretudo da maneira como se utiliza, já que são seis dias de tratamento, nós acreditamos que vale a pena usar”, considera. “Esse medicamento é, no momento, de uso hospitalar ou para quem já o usava para outro fim.”
