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    Medicina pode sofrer dano irreparável sem defesa de autonomia médica, diz AMB

    Presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira, ainda avaliou não ver pressão para que médicos não receitem a hidroxicloroquina

    O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira, afirmou à CNN, nesta segunda-feira (20), que a medicina pode sofrer realmente um dano irreparável sem a defesa da autonomia médica e avaliou não haver pressão para que médicos não receitem a hidroxicloroquina contra a Covid-19.

    A declaração foi feita após a AMB divulgar nota pública sobre o tema e defender que os profissionais tenham autonomia para receitar a hidroxicloroquina para casos do novo coronavírus. A eficácia do medicamento contra a Covid-19 não está confirmada cientificamente.

    De acordo com o presidente da associação, o posicionamento vale para o tratamento da Covid-19 e outras questões que envolvem a liberdade do profissional de saúde para executar o que considera o melhor tratamento para o paciente.

    “Nos colocamos firmemente na defesa da autonomia do médico para exercer a terapêutica conjuntamente com a autonomia do paciente, tanto nesse campo da Covid-19 quanto nos demais. Daí nosso alerta do risco de que, uma vez tolhida a autonomia médica, a medicina pode sofrer realmente um dano irreparável”, disse ele.

    No texto, a diretoria da entidade diz que muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário.

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    Sobre isso, Ferreira explicou que não é adepto de teorias da conspiração, mas entende que, muitas vezes, pessoas agem com base em suas convicções, quando a ciência é baseada, o tempo inteiro, no contraditório. 

    “As fronteiras do conhecimento implicam, em primeiro lugar, em uma profunda humildade de quem se propõe a fazer ciência e, em segundo lugar, de uma clareza muito grande em relação ao contraditório”, defendeu.

    “A Organização Mundial da Saúde já voltou algumas vezes nas suas ditas recomendações. Algumas delas realmente efetuadas sem um único embasamento formal, daí, como são fronteiras muito tênues, o enorme risco e a associação médica entende fazer esse tipo de alerta para que as associações devam se manter restritas ao campo cientifico técnico e profissional”, acrescentou.

    Por fim, o presidente da AMB disse não ver pressão para que médicos não receitem a cloroquina contra Covid-19. “Acredito que não. Há algum tempo, houve reclamação de que havia pressão tanto por parte de familiares de pacientes em termos de prescrição como, eventualmente, por parte de alguns gestores em termos de não prescrição. Mas entendo que essa etapa está superada”, concluiu.

    O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira

    O presidente da Associação Médica Brasileira (AMB), Lincoln Lopes Ferreira
    Foto: CNN (20.jul.2020)

    (Edição:Luiz Raatz)