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    Máscaras de mergulho adaptadas por voluntários salvam vidas em hospitais

    Duas mil peças doadas por rede de materiais esportivos ajudam pacientes com problemas respiratórios causados pela COVID-19

    Lara Mota e Paula Forster, da CNN, em São Paulo

    Um dos maiores gargalos do novo coronavírus nos hospitais em todo o mundo é a falta de respiradores. Desde o início da pandemia, várias países têm se esforçado para resolver o problema. Na Itália, um grupo desenvolveu um respirador a partir de uma máscara de mergulho e essa adaptação foi adotada e melhorada por voluntários brasileiros.

    A principal diferença é o conector que substitui o snorkel da máscara e faz com que ela se ligue diretamente ao oxigênio. A versão brasileira acopla parte da peça original a uma modulagem, que permite a entrada e saída do ar, feita em uma impressora 3D.

    Outra diferença do protótipo italiano é a forma de colocar a máscara. Na versão local, os elásticos originais são substituídos por tiras hospitalares que facilitam o manuseio pela equipe médica.

    “A máscara foi feita inicialmente para ser usada como equipamento de mergulho, onde você tem a pressão de fora maior que a pressão interna. O que a gente precisa fazer é adaptar para que coloque uma pressão interna de ar maior, por isso a gente precisa eliminar os vazamentos e mudar algumas válvulas que existem dentro da máscara”, diz Victor Luiz de Paula Souza, coordenador do projeto.

    “Foram semanas de trabalho árduo em pesquisa e desenvolvimento para conseguir fazer com que as máscaras se tornassem eficientes para evitar que o ar seja contaminado pelo vírus”, revela. 

    Linha de produção das máscaras de mergulho adaptadas para o tratamento da Covid-
    Linha de produção das máscaras de mergulho adaptadas para o tratamento da Covid-19 (18.mai.2020)
    Foto: Victor Souza/Reprodução

    Um grupo de 20 voluntários se reveza para adaptar as máscaras. São 2200 peças, doadas por uma das maiores redes de material esportivo do Brasil. Hospitais de Belém, Santarém, Manaus, Rio de Janeiro e São Paulo já receberam as doações e a iniciativa gerou uma corrente do bem, da doação ao local onde o grupo trabalha. O espaço foi cedido por uma grande loja de materiais de construção, que disponibilizou também maquinário e funcionários para ajudarem no projeto. O Hospital das Clínicas de São Paulo testou o equipamento com bons resultados. “É uma alegria imensa quando a gente já começa a ver o resultado do trabalho, que já está salvando vidas”, diz Victor.  

    Para que mais gente seja ajudada, o grupo precisa receber mais máscaras. “Vamos entregar agora as últimas máscaras que a Decathlon tinha em estoque e a gente vai abrir um processo de doação, para quem tem essas máscaras em casa e tem interesse de contribuir. A gente adapta e encaminha para os hospitais, porque precisamos de muito mais do que duas mil máscaras”, afirma Victor.

    Máscara de mergulho adaptada para o tratamento da Covid-19 usada por voluntário
    Máscara de mergulho adaptada para o tratamento da Covid-19 sendo usada por um voluntário do projeto (18.mai.2020)
    Foto: Victor Souza/Reprodução