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    Mais da metade das reações à vacina contra Covid são psicológicas, diz estudo

    Pesquisa da Escola de Medicina de Harvard avaliou 12 pesquisas sobre reações adversas em vacinas contra a Covid-19

    Ingrid Oliveirada CNN

    Uma revisão literária feita por pesquisadores do Beth Israel Deaconess Medical Center, do hospital da Escola de Medicina de Harvard, indica que reações à vacina da Covid-19 tem mais a ver com ações psicológicas do que com o imunizante. A pesquisa foi publicada na revista científica Jama Network Open.

    A análise envolveu uma revisão de 12 artigos, incluindo relatórios de efeitos adversos que contemplaram 45.380 participantes de estudos.

    Cerca de 76% de todas as reações adversas comuns após a primeira dose e quase 52% após a segunda dose fazem parte do que eles chamam de “efeito nocebo” — uma versão negativa do efeito placebo.

    Pesquisadores compararam os relatos de efeitos colaterais entre a população que tomou placebo e a que tomou, de fato, a vacina contra Covid-19. Enquanto, no geral, 32% dos que tomaram a primeira dose do placebo relataram efeitos colaterais, o número subiu para 45%. Já na segunda dose, os números foram de 31% para o grupo placebo e 61% para os vacinados.

    A partir desses dados, os cientistas calcularam a proximidade desses sintomas com a realidade para estimar que estimaram que 76% das reações à primeira dose e 52% da segunda eram, na verdade, efeito nocebo.

    Divisão dos efeitos colaterais

    Dos 45.380 participantes dos estudos avaliados, 22.578 foram receptores de placebo e 22.802 receptores de vacina. Após a primeira dose, 35,2% dos pacientes de placebo sofreram dor de cabeça e fadiga. E 16% relataram dor no braço ou inchaço no local da injeção.

    Entre os que receberam a vacina, 46% estavam mais propensos a efeitos colaterais e relataram sintomas diversos e dois terços sentiram dor local.

    A taxa de dores de cabeça ou outros sintomas sistêmicos era quase duas vezes maior no grupo que tomou a vacina (61%) em comparação com o grupo placebo (32%).

    Quando analisaram a dor no local da aplicação, a diferença foi ainda maior, sendo 73% entre os que tomaram a vacina e 12% no grupo placebo.

    Os pesquisadores acreditam que as descobertas de altas respostas nocebo são relevantes para a vacinação contra a Covid-19 nos cuidados de saúde diários.

    “Informar o público sobre o potencial de respostas nocebo pode ajudar a reduzir as preocupações com a vacinação contra a Covid-19, o que pode diminuir a hesitação da vacinação”, escreveram.

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