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    Mais da metade das doses da Coronavac recebidas pelo Rio é de lote suspenso

    Na capital, mais de mil pessoas foram vacinadas com estas vacinas do Instituto Butantan suspensas pela Anvisa

    Iuri CorsiniStéfano Sallesda CNN

    no Rio de Janeiro

    O estado do Rio de Janeiro recebeu na noite de sexta-feira (3) um dos maiores lotes de vacinas contra a Covid-19 desde o início da campanha de imunização. No entanto, das 858.800 doses de Coronavac entregues pelo Ministério de Saúde à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro (SES), 547,8 mil são do lote suspenso pelo órgão federal no sábado (4), por orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), e não podem ser utilizados no momento. Isso representa 63,7% das vacinas recebidas do Instituto Butantan, que informou neste domingo (5) que as doses suspensas pela Anvisa estão de acordo com o critério de qualidade.

    De acordo com a SES, as doses suspensas por orientação da Anvisa foram entregues aos municípios das regiões Metropolitana, Centro-Sul, Serrana, Médio Paraíba e dos Lagos. Esses municípios receberam a orientação da pasta de armazenar as doses e não utilizá-las até que haja autorização da agência reguladora. A SES ainda informou que as doses que seriam enviadas apara as cidades das regiões Norte, Noroeste e Baía da Ilha Grande ficarão armazenadas na Coordenação Geral de Armazenagem (CGA), em Niterói, na Região Metropolitana.

    Em posicionamento enviado à CNN, a pasta explicou o procedimento adotado: “a Subsecretaria de Vigilância e Atenção Primária à Saúde (SVAPS) também comunicou o fato à diretoria do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems) para que reforcem junto aos municípios a importância do armazenamento desse lote até que seja liberado o uso”.

    A Secretaria Municipal de Saúde informou que 1.206 pessoas foram vacinadas, no sábado (4), com o lote da Coronavac suspenso pelo ministério. Segundo a SMS, ao menos neste momento, não há indicação para que essas pessoas sejam revacinadas. “Qualquer reação adversa deve ser comunicada à unidade de saúde que aplicou a dose”, informou a secretaria.

    Apesar das mais de 500 mil doses interditadas, o secretário estadual de Saúde, Alexandre Chieppe, disse à CNN que não enxerga riscos de novos atrasos na campanha de vacinação do estado, em decorrência de uma eventual falta de estoque de vacinas em razão do lote suspenso da Coronavac.

    “Provavelmente não deve ter falta porque esses imunizantes não serão utilizados para a aplicação da segunda dose. Pode ser que desacelere um pouco a velocidade de vacinação, pois teremos que usar a Pfizer para vacinar maiores de 18 anos na repescagem, mas isso não deve ter um impacto significativo”.

    Enquanto aguarda um posicionamento do Ministério da Saúde sobre o lote recebido, a secretaria disse também que o Instituto Butantan enviou nota “tranquilizando os usuários que foram vacinados com os lotes suspensos (no caso do Rio, o lote 202108113H), ressaltando a segurança e a qualidade do imunizante”.

    Mais de 12 milhões de doses da Coronavac foram suspensas pela Anvisa no sábado (4). A suspensão ocorreu porque os imunizantes foram envasados em fábrica não inspecionada pela agência. Todas as doses já tinham sido encaminhadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI).

    O que diz o Instituto Butantan

    O Instituto Butantan, por nota, destacou que o caso não deve causar alarmismo já que todas as vacinas foram testadas e são seguras para a população. Em uma publicação no Twitter, o Butantan reproduziu uma nota enviada pelo laboratório Sinovac, da China, responsável pela produção do imunizante.

    “A fim de aumentar as capacidades de produção para uso global, a Sinovac construiu várias novas linhas de envase em nossa sede de Yonda e essas linhas de envase já foram inspecionadas e aprovadas pela autoridade da China (NMPA) em março de 2021. Mais de 840 milhões de doses de CoronaVac envasadas e embaladas neste local foram distribuídas globalmente além do Brasil”, diz a nota.

    Segundo a nota da Sinovac, o laboratório já enviou à Anvisa documentos necessários para a aprovação das Boas Práticas de Fabricação, incluindo relatório de comparabilidade de produtos, de validação de processo e de estabilidade do produto.

    Com informações de Lucas Rocha, da CNN.