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    Mãe contesta Saúde sobre filho ser o segundo caso de Covid-19 no país

    Família viajou de 26 de janeiro a 12 de fevereiro para Portugal, Espanha e Itália

    Cecília do Lago e José Brito, da CNN, em São Paulo

    Um dia após a CNN publicar a notícia de que dois bebês podem ser o primeiro e segundo casos oficiais da Covid-19 no Brasil, de acordo com a base de dados Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) do Ministério da Saúde, a mãe do bebê de Itabuna, na Bahia, disse que os exames feitos no filho dela tiveram como resultado o coronavírus NL63 e um rinovírus, mas não constava o Sars-CoV-2. Ela diz estar surpresa por ele constar como infectado no sistema do Governo Federal, que é alimentado por informações dadas por secretarias estaduais e municipais.

    “Se por acaso, o meu filho realmente teve Covid-19, o Estado negligenciou a possibilidade de contaminação e de colocar em risco a vida das pessoas. Em relação à possibilidade de terem errado, existe a necessidade do Estado prestar esclarecimento para mim e minha família. A gente precisa ter acesso aos fatos da real situação no país”, disse a mulher que pediu para ter a imagem preservada por medo de retaliação no emprego.

    Ela relatou que a família viajou de férias, entre os dias 26 de janeiro a 12 de fevereiro, para Portugal, Espanha e Itália e que, naquela época, não se falava muito de Covid-19, apenas a discussão sobre a doença, mas sem protocolos para seguir.

    “Com 12 dias do retorno ao Brasil, o meu filho teve uma febre de 39º C e não baixava de forma alguma, dificuldade para respirar e sintomas gripais. Eu fiquei preocupada, porque começaram a explodir mais casos na Europa. Quando eu cheguei no hospital, sinalizei a médica sobre a viagem e que poderia ser Covid-19 e ela ficou até surpresa”, lembra. 

    A mulher diz que o menino, o pai dele, a avó materna e ela foram encaminhados para isolamento, em dois hospitais da Santa Casa de Misericórdia de Itabuna, e todos da família foram testados duas vezes. Foi explicado que um exame seria encaminhado para o Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (Lacen) e o outro para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

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    “No mesmo dia que foi confirmado o primeiro caso, em São Paulo, o Secretário de Saúde da cidade usou o Twitter para divulgar o resultado das amostras como negativo para o novo coronavírus, mas positivo para outros coronavírus. Gostaríamos de esclarecer isso de uma vez para a população da nossa cidade, pois no período quis preservar minha identidade e da minha família, o que pelo visto, acabou gerando ainda mais questões”, revela a mãe da criança. 

    No dia 26 de fevereiro, o governo da Bahia publicou uma nota descartado o caso de novo coronavírus no bebê internado, em Itabuna. “Os exames foram processados conforme Protocolo internacional, através de exame PCR para Influenza e outros vírus respiratórios. Na amostra da criança foram detectados Rinovírus, Coronavírus NL63 e Enterovírus. Na amostra do pai foi detectado o Coronavírus NL63, na amostra mãe foram detectados Rinovírus e Coronavírus NL63, enquanto que na amostra da avó foram detectados Enterovírus e Rinovírus”, diz o texto.

    Procurado, o Ministério da Saúde afirma que reforça, assim como anunciado em março deste ano, que tem feito a testagem para Covid-19 retrospectiva de todos as amostras respiratórias coletadas e guardadas de Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG), ampliando a investigação epidemiológica para Covid-19 e atendendo recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS).

    A pasta diz ainda que está investigando os casos de forma criteriosa, com análise da ficha de atendimento, além do registro no sistema. Essa análise pregressa é importante porque os dados registrados no sistema são passíveis de erros de digitação e precisam ser analisados com cautela.

    A Secretaria da Saúde do Estado da Bahia respondeu que disponibiliza a base de dados completa na internet e, na oportunidade do exame do bebê de Itabuna, o teste deu negativo para Covid-19. A pasta explica ainda que trabalham até o momento com o caso zero, sendo confirmado, no dia 6 de março.

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