Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Língua geográfica não é sinônimo de doença e preconceito deve ser combatido

    No quadro Correspondente Médico, Fernando Gomes fala sobre condição em órgão que atinge cerca de seis milhões de brasileiros

    Fabrizio Neitzkeda CNN

    Em São Paulo

    Na edição desta terça-feira (7) do quadro Correspondente Médico, no Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes conversa sobre a condição conhecida como “língua geográfica”, após uma influenciadora digital viralizar nas redes sociais falando sobre o seu próprio caso. “Pesquisem sobre antes de falar que eu não escovo a língua”, disse a jovem de 22 anos em um vídeo.

    Em entrevista à CNN, o cirurgião dentista Rafael Puglisi explicou que a língua geográfica ocorre com a perda das papilas filiformes, que correspondem às inserções de tecido no órgão, podendo ficar esbranquiçada ou avermelhada.

    “O paciente fica com esse ‘aspecto geográfico’, com pequenas demarcações mais salientes. Parece que tem um caminho ali. Não existe ainda um fator para gerar esta causa. Muita das vezes está relacionada à dieta do paciente, ao estresse e outras ocorrências como a psoríase e doenças mais propícias à aparência da pele”, disse.

    Enquanto os principais sintomas definidos pela medicina são manchas de bordas brancas, sensação de queimação e dor, e maior sensibilidade a alimentos quentes e picantes, o tratamento pode ser feito à base de corticoides e pomadas para dor – mesmo sem haver cura definitiva para a parte estética.

    Segundo o doutor Fernando Gomes, o quadro afeta cerca seis milhões de pessoas no Brasil, o equivalente a 3% da população. “A cavidade oral traz muitas informações sobre a saúde das pessoas, mas não significa que isso represente uma doença. É uma condição que pode, muitas vezes, ser uma característica da pessoa e que pode, sim, estar associada a outro diagnóstico”, afirmou.

    Mesmo com a aparência de um “mapa” chamando a atenção, Gomes alertou para que a situação não estimule o preconceito. “Se sabemos que não é uma doença, precisamos ficar atentos para não ter preconceito com pessoas que têm a condição e não estão sofrendo de nenhum diagnóstico.”

    “Não tem nada a ver com higiene bucal. É uma condição de longa duração. Se uma situação nova aparece, é lógico que será necessário um diagnóstico e procurar um dentista, um otorrinolaringologista ou até mesmo um cirurgião de cabeça e pescoço”, completou.

    Ainda de acordo com o neurocirurgião, a ingestão de alimentos ácidos pode piorar o quadro, já que a língua é estimulada a entender textura, temperatura e sabores. “Dependendo do estímulo químico, essas regiões podem ser provocadas de uma forma diferente.”