Justiça nega pedido de prisão de técnica acusada de aplicar falsa dose de vacina
A técnica de enfermagem Rozemary Gomes Pita foi denunciada pelo MP por dois crimes: peculato e crime contra a saúde pública
A Justiça do Rio de Janeiro negou, nesta segunda-feira (22), o pedido de prisão preventiva da técnica de enfermagem acusada de simular a aplicação da vacina contra a Covid-19 em um idoso em Niterói, na região metropolitana da capital fluminense.
A prisão havia sido pedida pelo Ministério Público. A técnica de enfermagem Rozemary Gomes Pita foi denunciada pelo MP por dois crimes: peculato e crime contra a saúde pública.
Ela foi flagrada no último dia 12 simulando a aplicação da vacina contra a Covid-19 em um idoso de 90 anos, em um posto drive-thru montado no campus de uma universidade. Nas imagens, é possível ver que a profissional não pressiona o êmbolo da seringa para aplicar o imunizante.
Na decisão, o magistrado afirma que, apesar da gravidade dos fatos narrados, o pedido de prisão preventiva não atende aos requisitos legais. No entendimento da Justiça, a técnica de enfermagem não oferece risco à ordem pública, ordem econômica e à instrução criminal. Além disso, Rozemary é ré primária e não possui maus antecedentes, além de ter endereço e trabalho fixos.
De acordo com a denúncia, além de não aplicar a dose da vacina, a profissional se apropriou da seringa com o imunizante. A Justiça deu um prazo de 10 dias para que Rozemary apresente sua defesa por escrito, esclarecendo se deseja constituir advogado ou ser defendida pela Defensoria Pública.
Outros casos
Outros dois casos de aplicação falsa da vacina também estão sendo investigados pela Polícia Civil: um em Petrópolis, na região serrana, e outro na cidade do Rio de Janeiro.
No caso de Petrópolis, uma das hipóteses mais prováveis é que, para justificar a perda de uma dose, talvez por imperícia, a técnica de enfermagem tenha simulado a aplicação da vacina em uma idosa de 96 anos.
Investigadores fizeram uma minuciosa contagem nas doses contra a Covid-19 no posto de imunização em sistema drive-thru instalado no campus de uma universidade particular, e não foi detectada nenhuma subtração de vacinas.
Já no caso relatado num posto de saúde de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, a polícia remarcou para quarta-feira (24) o depoimento da residente acusada pela técnica de enfermagem de não colocar a dose da vacina na seringa.
A estudante foi chamada para depor no domingo (21), mas não apareceu. No lugar dela foram os advogados, que pediram para remarcar o depoimento.
A filha da idosa de 85 anos que não recebeu devidamente a vacina prestou depoimento por cerca e uma hora na 12ª DP (Copacabana), e saiu sem falar com a imprensa.