Itália recomenda dose única de vacina para quem já teve Covid-19
País recomenda que pessoas infectadas tomem a dose apenas seis meses depois do desaparecimento dos sintomas; Alemanha, França, Espanha e Holanda fazem o mesmo
A Itália passa a recomendar dose única de vacina para quem já teve Covid-19, a partir desta quinta-feira (22). E deve tomá-la somente seis meses depois do desaparecimento dos sintomas. A orientação vem de uma circular do governo assinada por Giovanni Rezza, diretor-geral de prevenção do Ministério da Saúde italiano.
O país usa em sua campanha de vacinação contra o coronavírus os imunizantes da Pfizer, Moderna, Janssen e AstraZeneca, todas aprovadas pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA). Alemanha, França, Holanda e Espanha já têm recomendações semelhantes.
Segundo o documento, a imunização com dose única deve acontecer preferencialmente 6 meses após a pessoa se recuperar da Covid (sintomática ou não) e a imunização com dose única deve acontecer até no máximo 12 meses após a recuperação.
Ainda segundo o documento, cidadãos italianos com quadros de imunidade deficiente ou que estão passando por tratamento farmacológico devem receber as duas doses da vacina contra Covid-19 mesmo que já tenham contraído o novo coronavírus.
O Ministério da Saúde italiano pede que as pessoas não façam testes anti-Covid após a vacinação para tentar identificar a resposta de anticorpos ao vírus. E pede que não façam isso para decidir se vão se vacinar ou não.
Alemanha
O Ministério da Saúde alemão recomenda que pessoas que contraíram Covid-19 tomem a vacina contra a doença somente após quatro semanas ou até seis meses depois do desaparecimento dos sintomas. Para casos assintomáticos de Covid, a recomendação é a administração de uma dose de vacina após quatro semanas do diagnóstico. No caso de pessoas que tomaram a primeira dose e contraíram o coronavírus, a orientação é que tomam a segunda dose somente seis meses após o surgimento dos sintomas ou do diagnóstico.
Segundo o site da pasta, uma única dose de vacina é suficiente após a infecção pelo novo coronavírus pelo fato da infecção anterior já conferir imunidade a quem foi infectado, embora a Ciência não saiba exatamente por quanto tempo – por isso uma dose da vacina ao menos é indicada.
No caso de pessoas imunossuprimidas, a pasta recomenda que se decida caso a caso a necessidade de uma segunda dose em pessoas já infectadas. “Isso depende muito do tipo e grau de imunodeficiência. Mesmo que tenham se passado mais de 6 meses desde o diagnóstico, uma dose da vacina é suficiente para uma série primária completa”.
França
O país europeu foi o primeiro a determinar a administração de apenas uma dose da vacina em pessoas já infectadas pelo novo coronavírus, ainda em fevereiro. O país recomenda que também se espere seis meses após o desaparecimento dos sintomas para tomar a dose única. Pessoas imunossuprimidas devem tomar as duas doses da vacina contra Covid-19 em um intervalo de três meses após o início da infecção pelo SARS-CoV-2.
Pessoas que tomaram a primeira dose da vacina e que desenvolveram Covid, com PCR positivo, devem aguardar entre três e 6 meses após a infecção para tomar dose única, informou o Ministério da Saúde francês.
Espanha
Desde abril deste ano, o Ministério da Saúde espanhol recomenda retardar a vacinação de pessoas com menos de 65 anos para até seis meses depois de terem contraído a Covid-19, com apenas uma única dose da vacina. Em pessoas com mais de 65 anos de idade, ambas as doses devem ser administradas no prazo da fabricante, mesmo em pessoas que contraíram o vírus.
Holanda
O Ministério da Saúde holandês engrossou a fila dos países que recomenda dose única para quem já contraiu Covid. Segundo a pasta, pesquisas mostram que pessoas já infectadas teriam imunidade contra a doença por pelo menos seis meses. “Por isso, aconselhamos que as pessoas com resultado positivo [de Covid-19] há menos de seis meses sejam vacinadas apenas com uma dose”, descreveu a pasta em seu site.