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    Isolamento vertical funciona? A realidade já respondeu essa questão, diz médico

    Bolsonaro e Mandetta vão discutir isolamento vertical; medida deixaria apenas pessoas no grupo de risco em casa

    Da CNN, em São Paulo

    O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) defendeu, em pronunciamento em rede nacional de televisão, o chamado ‘isolamento vertical’, ou seja, isolar apenas as pessoas que fazem parte do chamado grupo de risco. O posicionamento contraria as indicações técnicas da Organização Mundial de Saúde (OMS) e do próprio Ministério da Saúde.

    Em entrevista à CNN, o médico sanitarista Sergio Zanetta foi claro ao ser questionado sobre o que acha que deve ser feito como medida contra o novo coronavírus no Brasil: é preciso ver o que tem acontecido no mundo e deixar que a realidade responda essa questão. 

    “Todos os países que tiveram problemas com o coronavírus, com a sua transmissão, a adoção foi de medidas extensivas para a contenção da doença. Quando elas foram tomadas antecipadamente, o país conseguiu controlar a epidemia e ajustar seus recursos assistenciais para que as pessoas fossem assistidas e sobrevivessem”, disse. 

    Já os países que tiveram problemas para assumir essa estratégia, como é o caso da Itália, a epidemia teve um curso catastrófico.

    “Se você olhar os números dos Estados Unidos hoje, um país sem sistema nacional de saúde, a progressão da epidemia está preocupando as autoridades de saúde locais”.

    Para o especialista, as estratégias de quarentena devem ser adequadas de acordo com a progressão da epidemia. No entanto, o que deve decidir sobre as estratégias de isolamento deve ser a situação técnica, baseadas em informações científicas, e não políticas.

    “As pessoas voltando às atividades vão incrementar a circulação do vírus. Isso vai provocar adoecimento. A mortalidade é menor em indivíduos jovens, mas existe. O problema é que [com o isolamento vertical] vai o vírus vai começar a circular e vamos ter infecções mais graves. E é esse o problema do sistema de saúde. É assim que o sistema pode entrar em colapso”, conclui.