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    Infectologistas apontam mal-entendido em conclusão sobre assintomáticos

    Assunto foi discutido após líder técnica da OMS falar em risco raro de transmissão da Covid-19 por assintomáticos; organização revisou declaração nesta terça

    Os infectologistas Julio Croda, pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), e Sergio Cimerman, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, explicaram, nesta terça-feira (9) a declaração da epidemiologista Maria Van Kerkhove, da Organização Mundial da Saúde, sobre a transmissão do novo coronavírus por pessoas assintomáticas.

    “A partir dos dados que temos, ainda parece raro que uma pessoa assintomática realmente transmitir adiante para um indivíduo secundário” disse a líder técnica da OMS. Nesta terça-feira (9), a entidade esclareceu que a transmissão do novo coronavírus por pessoas que não apresentam sintomas de Covid-19 está acontecendo, mas é necessário determinar o quanto. 

    Cimerman explicou que houve um mal-entendido na colocação feita ontem pela OMS e que a conclusão de que a transmissão seria rara para esse grupo ainda precisa ser mais estudada. “Não foi muito bem isso que foi colocado. E, na verdade, esse raro tem que ser interpretado com alguns estudos mais para frente para ver até que ponto é raro”, disse. 

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    “É importante entender o contexto em que essa fala foi dita. A declaração de ontem da OMS foi mal-interpretada, principalmente por muitos meios jornalísticos, porque o que ela falou foi no contexto de uma pergunta que esclarecia o que é, do ponto de vista da vigilância, identificar casos com sintomas e seus contatos”, afirmou Croda. “Essa interpretação foi levada para nível individual para informar que o assintomático não transmite, e isso é bastante questionável, porque nós não temos dados.”

    Desempenho da OMS

    Julio Croda, infectologista e pesquisador da FioCruz, e Sergio Cimerman Presiden
    Julio Croda, infectologista e pesquisador da FioCruz, e Sergio Cimerman Presidente, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia
    Foto: CNN (09.jun.2020)

    Os especialistas também consideraram que as mudanças de posicionamento da OMS são comuns em um momento de pandemia de uma nova doença e isso não significa uma falha de desempenho da organização.

    (Edição: Leonardo Lellis)

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