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    Hospital das Clínicas afasta 125 funcionários por coronavírus

    Da CNN, em São Paulo

    Hospital das Clínicas

    Vista aérea do Hospital das Clínicas, da USP, em São Paulo
    Foto: Divulgação/HCFMUSP

    O Hospital das Clínicas (HC) declarou, nesta terça-feira (31/03), que 125 de seus funcionários estão afastados por conta do novo coronavírus, entre casos suspeitos e confirmados. Desde o início da pandemia, o Hospital já realizou atendimentos em 2549 de seus colaboradores. 

    “Destes, 1244 foram testados e 108 confirmados”, informa nota do estabelecimento. No total, o HC conta com cerca de 20 mil colaboradores. O hospital ainda declarou que todos os colaboradores que precisam estão recebendo atendimento, e aqueles que apresentam sintomas são testados para covid-19. 

    “O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) está realizando todos os esforços e seguindo todos os protocolos de segurança, inclusive com todos os equipamentos de proteção necessários, para garantir a segurança de pacientes e colaboradores”, complementou. 

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    Para a presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado de São Paulo, Solange Caetano, a situação dos servidores e funcionários da saúde é muito grave por causa da doença, mas também pela escassez de materiais de trabalho. “Faltam macacão, gorros, máscaras, álcool em gel”, disse.

    Ela alertou que os trabalhadores dos hospitais e unidades de saúde reclamam da falta de equipamentos de proteção individual (EPI), o que prejudica as condições de trabalho em diversos hospitais, ambulatórios, Unidades de Pronto Atendimento (Upas) e Assistência Médica Ambulatorial (Amas).

    “Vamos pedir ao governo do Estado que compre mais desses equipamentos de proteção”, afirmou ela. “O governo precisa intervir para a produção de máscaras e vestuário de proteção.”

    De acordo com a enfermeira Ana Lúcia Firmino, que trabalha em uma unidade de atendimento especializado no bairro de Santana, o material para a enfermagem deve durar somente até o fim desta semana. 

    “O material deve durar somente até o fim desta semana”, alertou. A enfermeira contou que a dificuldade ocorre tanto no setor público quanto nos hospitais privados.

    Já enfermeiros que trabalham no Hospital do Mandaqui relatam que pelo menos dois colegas estão hospitalizados, um deles está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) com COVID-19.

    Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, o secretário de Saúde de SP, Henrique Germann, informou que há estoque de EPIs disponível no estado, mas que será feita uma nova compra. “Já estamos nos organizando para compras feitas na China, que tinha fechado mercado para o mundo e agora começa a reabrir gradativamente”, disse.

    Número de infectados aumenta a cada dia

    Nessa segunda-feira, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) anunciou pesar pela morte do técnico de enfermagem José Antonio da Boa Morte, vítima do novo coronavírus. “José Antonio era técnico de enfermagem nos serviços de ambulância e foi afastado assim que manifestou os sintomas.” 

    Esta é a segunda morte pela doença anunciada pela entidade. A primeira ocorreu no dia 29 de março, quando foi comunicado o óbito de Viviane Rocha Luiz, de 61 anos, assessora técnica do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass).

    A ex-conselheira municipal de saúde e membro do Sindicato dos Servidores do Município de São Paulo Lourdes Estevão disse que a morte de José Antônio é mais um alerta para o que está ocorrendo entre os trabalhadores da saúde em São Paulo. 

    Ela contou que um levantamento da entidade no Diário Oficial da capital mostra que já ocorreram pelo menos 1.080 afastamentos de servidores municipais na área da saúde por suspeita de COVID-19. “Os trabalhadores estão apavorados. A cada dia aumenta o número de infectados, de manhã é um quadro; à tarde, outro”, afirmou.

    Estevão disse ainda que os suspeitos de infecção não estão sendo testados para o novo coronavírus. “Não há testes para eles. Estão angustiados”, afirmou. “Tem de proteger essa gente porque eles poderão vir a ficar doentes e terão de ocupar leitos da COVID-19, que poderiam estar prontos para o restante da população.”

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