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    Hospitais recebem doações para enfrentar disparada na demanda por leitos de UTI

    Ao fim da pandemia, todos os leitos e estruturas médicas serão incorporados aos hospitais públicos da rede municipal, já carentes desses recursos em São Paulo

    Anthony Wells e Aline Scherer, da CNN, em São Paulo

    Os tão cobiçados leitos de UTI. Difícil pensar em um tempo que eles eram tão procurados. Hoje, ter acesso ou não a um, pode significar a diferença entre a vida e a morte.

    “Hoje nós temos uma altíssima quantidade de pacientes graves ao mesmo tempo demandando muitos recursos, muito mais que uma UTI do dia a dia convencional”, conta a Dra. Fabiana Rolla, Diretora do Hospital Municipal Vila Santa Catarina.

    O novo coronavírus chegou atropelando hospitais por todo o país. O Hospital Municipal Vila Santa Catarina, na zona sul de São Paulo, teve que adaptar drasticamente o funcionamento para arcar com a alta demanda dos leitos.

    A área que antes era destinada para a quimioterapia, por exemplo, agora, é um espaço com dez leitos para pacientes com a Covid-19. Todos eles entubados, em estado crítico. Antes da pandemia, de 20 pacientes que chegavam na UTI do hospital, apenas quatro ou cinco apresentavam um estado crítico. Agora, todos os pacientes costumam chegar nessa situação, o que requer cuidado redobrado da equipe médica.

    “Um leito de UTI em um ambiente normal custa algo em torno de 150 mil reais. Uma das coisas que a gente viu foi a lei da oferta e da demanda. Os valores dos equipamentos vinculados à Covid todos subiram”, revela a Dra. Rolla.

    Foi a partir da necessidade crescente por equipamentos cada vez mais caros que a direção do Hospital Israelita Albert Einstein criou uma campanha para conseguir recursos destinados aos hospitais públicos geridos pelo Einstein.

    Até agora, cerca de 30 milhões de reais foram arrecadados. O Hospital Vila Santa Catarina, especializado no cuidado a pacientes de alta complexidade, passou de 25 leitos destinados à pacientes com qualquer tipo de complicação para 75 leitos somente para pessoas com a Covid-19.

    “Leitos de UTI estão aqui muito por doações de equipamentos que o próprio Einstein fez, como doações em dinheiro que viabilizaram a compra de equipamentos e tornaram isso daqui hoje realidade”, revela a Dra. Rolla.

    Uma das doações veio da Abraceel, a associação que reúne as empresas que comercializam energia elétrica.

    “Até agora a gente conseguiu arrecadar cerca de três milhões e meio de reais, o que dá para construir aproximadamente 20 UTIs e a gente espera salvar muitas vidas com isso”, explica Ricardo Lisboa, presidente da Abraceel.

    No oeste do Estado de São Paulo, gestores do Hospital de Base de São José do Rio Preto, que atende a população de 110 municípios do entorno, criaram uma campanha semelhante, batizada de “adote um leito”.

    O espaço que deve receber os leitos já está em reforma. A meta é chegar a sete milhões e meio de reais em doações para a criação de 65 novos leitos em uma ala temporária, dedicada exclusivamente à pacientes com o Coronavírus. Até o momento, já foram arrecadados cinco milhões de reais, com um milhão e meio vindo de um banco de uma grande montadora.

    “Este um milhão de meio de reais doado pela Volkswagen está nos permitindo ampliar os leitos de UTI, ampliar os leitos de enfermaria e o treinamento da nossa comunidade”, agradece o Dr. Jorge Fares, diretor executivo do Hospital de Base.

    Ao fim da pandemia, todos os leitos e estruturas médicas serão incorporados aos hospitais públicos da rede municipal, já carentes desses recursos.

    “Essa estrutura fica como um legado e ela seguramente vai ser utilizada para a gente conseguir atender tudo que foi adiado e continuar atendendo, até em um volume maior, todos os pacientes que precisem desse recurso”, conta a Dra. Rolla.

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