Governo federal avança em conversas para comprar vacina da Pfizer
Imunizante da Pfizer não faz parte do programa internacional Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
O governo Jair Bolsonaro (sem partido) deu início às tratativas para a compra da vacina da Pfizer contra a Covid-19. Segundo relatos feitos à CNN, o imunizante desenvolvido em parceria com a alemã BioNTech está no alvo do Palácio do Planalto, mas a negociação para a compra esbarra no transporte e no método de armazenamento da vacina. Está prevista para esta semana uma reunião do Ministério da Saúde com representantes da farmacêutica para buscar uma solução para o problema.
Segundo especialistas ouvidos pela CNN, o imunizante da Pfizer precisa ser mantido a -75º C. Hoje, os postos de saúde no Brasil não dispõem de equipamentos que atinjam a temperatura. Os freezers das unidades brasileiras preservam materiais a, no máximo, -20º C. De acordo com integrantes do governo, técnicos da Saúde aguardam um posicionamento da farmacêutica a respeito do entrave para viabilizar o acordo de compra.
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Na segunda-feira (9) a Pfizer e a alemã BioNTech divulgaram os resultados dos testes da fase 3 da vacina e disseram que a análise parcial indica eficácia de 90%. No Brasil, o estudo da vacina tem sido realizado em 3.100 voluntários nos estados de São Paulo e da Bahia.
Em julho, o presidente Donald Trump, dos Estados Unidos, fechou um acordo com a farmacêutica para comprar 100 milhões de doses da vacina. O imunizante da Pfizer não faz parte do programa internacional Covax, criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o objetivo de acelerar o desenvolvimento de imunizantes contra a Covid-19. O Brasil faz parte da iniciativa.
Em nota, a Pfizer confirmou que está em contato com o governo brasileiro para discutir um possível fornecimento de sua potencial vacina, sujeita à aprovação regulatória, que permitiria vacinar milhões de brasileiros. Disse que inclui o transporte em uma espécie de container (embalagem em formato de caixa) – especialmente projetado e com temperatura controlada, utilizando gelo seco para manter a condição de armazenamento recomendada, que é de -75 ° C (± 15 ° C) por até 15 dias. E concluiu que a distribuição também será feita por meio de um sistema flexível que enviará os frascos congelados diretamente aos pontos de vacinação.