Governo de São Paulo espera concluir testes da vacina Coronavac em até 90 dias
Governador João Doria informou que testes serão acompanhados por comissão de pesquisadores internacionais por meio de plataforma científica
O Governo de São Paulo anunciou nesta segunda-feira (20) que espera concluir em até 90 dias os testes da fase 3 da Coronavac, vacina desenvolvida pela chinesa Sinovac Biotech em parceria com o Instituto Butantan.
Em entrevista no Palácio dos Bandeirantes, o governador João Doria (PSDB) anunciou que o estado recebeu na madrugada desta segunda 20 mil doses da vacina.
“Os testes começam amanhã no Hospital das Clínicas, maior centro de saúde da América Latina. Um total de 890 voluntários aqui em São Paulo, todos médicos e paramédicos, receberão a vacina”, explicou Doria.
Ele disse ainda que pesquisadores do Hospital das Clínicas vão avaliar os voluntários em consultas agendadas a cada duas semanas e todos os testes serão acompanhados por uma comissão de pesquisadores internacionais, em uma plataforma científica.
Assista e leia também:
Vacina produzida pelo Butantan pode ser aprovada em novembro, diz Doria
Coronavac: gerente da Anvisa explica critérios e período de testagem da vacina
“Se tivermos sucesso, a vacina será produzida no Brasil, no Instituto Butantan, já no início do próximo ano, com mais de 120 milhões de doses da Coronavac. Evidentemente que a vacina será destinada a todos brasileiros, não apenas aqueles que são de São Paulo, e isso será feito através do Sistema Único de Saúde (SUS).”
O coordenador-executivo do Centro Contingência da Covid-19 em São Paulo, João Gabbardo, afirmou que a vacina abre a perspectiva para que seja possível planejar a volta à normalidade.
“A chegada dessa vacina abre a perspectiva de que nós paremos de contar casos, óbitos e a gente possa monitorar cobertura vacinal. Essa vacina abre a perspectiva de que nós paremos de impor distanciamento social, isolamento e a gente passe a trabalhar no planejamento da volta a normalidade”, afirmou.
O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, disse que o estudo deve ser fechado em setembro e que, a partir daí, os voluntários passam a fazer parte de uma fase de acompanhamento. “A qualquer momento, podemos ter a abertura parcial do estudo que indique a eficácia da vacina”, explicou.
“Se for concluído antes do final desse ano, e é uma expectativa real, podemos ter essa vacina disponível para a população brasileira já no início do próximo ano. E quando eu falo disponível, isso significa que nesse acordo com a SinoVac temos acesso, já, a 120 milhões de doses vacinais, que seriam suficientes para vacinarmos 60 milhões de brasileiros.”
Interior
O secretário de desenvolvimento regional, Marcos Vinholi, apresentou dados sobre a situação da pandemia no estado e destacou que as cidades do interior alcançaram a capital em número de casos e ultrapassaram a Grande São Paulo em óbitos.
“São 40% de casos no interior e 40% aqui na capital, 166 mil casos em cada um dessas duas regiões. Essa evolução se deu no último período e, com os dados de hoje, se consolida e revela, portanto, a sequência da projeção dos casos no interior”, disse Vinholi.
“Além disso, em número de óbitos, o interior ultrapassa a Grande SP em números absolutos: 5.612 no interior do estado versus 5.318, números na Grande São Paulo.”
Segundo a Secretaria de Saúde de São Paulo, o estado contabiliza 416 mil casos do novo coronavírus, com quase 20 mil mortes causadas pela doença.
Nas últimas semanas, o governo paulista vem alertando para a crescente transmissão no interior do estado, enquanto a capital tem registrado queda de internações, casos e mortes.
Para ajudar as outras regiões do estado, o hospital de campanha do Anhembi passou a adotar o atendimento preferencial para pacientes das regiões de Campinas e Piracicaba. Esta última, inclusive, regrediu para a fase vermelha do Plano SP na sexta-feira (17).
(Com informações de Henrique Melo e Bruna Macedo, da CNN, em São Paulo)
