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    Fiocruz diz ao MPF que vacina de Oxford é eficaz para idosos

    Frasco da vacina produzida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca
    Frasco da vacina produzida pela Universidade de Oxford e a AstraZeneca Foto: Dado Ruvic/Reuters

    Teo Cury, da CNN, em Brasília

     

    A presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Nísia Trindade Lima, explicou nesta sexta-feira (29) à subprocuradora-geral da República Celia Regina Souza Delgado que a vacina de Oxford é eficaz quando aplicada em pessoas com mais de 65 anos de idade.

    De acordo com a presidente da Fiocruz, os relatos que apontam que a eficácia da vacina é baixa em idosos “não são reflexos precisos da totalidade dos dados ou dados mais recentes avaliados”. 

    “As análises mais recentes suportam a eficácia nesta faixa etária, que esperamos ser publicada nos próximos dias. Esses dados foram submetidos à Anvisa como parte do processo de submissão contínua e quaisquer dados de atualização serão apresentados assim que estiverem disponíveis”, explicou. 

    O ofício foi enviado como resposta à subprocuradora, que na quarta-feira (27) pediu informações da Fiocruz e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a eficácia da vacina de Oxford quando aplicada em idosos.

    A subprocuradora citou em seu pedido uma reportagem publicada nesta semana no jornal “The Guardian” que dizia que não havia dados suficientes sobre a eficácia do imunizante em idosos.

    Na terça-feira (26), em entrevista ao jornal italiano “La Repubblica”, o CEO da AstraZeneca, Pascal Soriot, reconheceu que havia poucos dados a respeito da eficácia da vacina em idosos, mas ressaltou que os testes mostraram uma produção “muito boa” de anticorpos nos idosos contra o vírus.

    Celia Delgado pediu uma resposta rápida, argumentando que as informações eram de “vital importância” para a atuação segura dos membros do Ministério Público Federal e dos Ministérios Públicos estaduais que têm atuado em processos judiciais relacionados à pandemia do novo coronavírus. 

    No documento, assinado na noite desta sexta-feira, a presidente da Fiocruz diz que a publicação mais recente da revista “The Lancet” “demonstrou que os idosos mostraram fortes respostas imunológicas equivalentes a adultos jovens frente ao uso da vacina, com 100% do público alvo gerando anticorpos específicos após a segunda dose”.

    Nísia Trindade Lima destaca ainda que o registro condicional da vacina produzida pela AstraZeneca foi aprovada nesta sexta-feira pela European Medicines Agency (EMA), equivalente à Anvisa, para todos os adultos com idade a partir de 18 anos.

    “Seguindo os mesmos parâmetros de importantes agências, como é o caso do órgão regulador de saúde do Reino Unido (MHRA – The Medicines and Healthcare products Regulatory Agency) ou da própria ANVISA, todos eles com base na análise independente dos técnicos das agências reconhecidas pelos seus altos padrões de trabalho”, explicou. 

    Na quinta-feira, a Fiocruz já havia publicado em seu site uma nota explicando que “as evidências apresentadas até o momento e publicadas em revistas científicas especializadas confirmam a segurança e a imunogenicidade (produção de anticorpos) da vacina Oxford/AstraZeneca em idosos”. 

    “De acordo com os resultados dos ensaios clínicos de fase 3, não há contra-indicações para imunização de idosos com a vacina Oxford/AstraZeneca. Segundo o fabricante, a vacina é indicada para todas as pessoas com 18 anos ou mais, sem limite superior de idade”, informava a nota. 

    Também nesta sexta-feira a Fiocruz submeteu oficialmente à Anvisa o pedido de registro definitivo da vacina em larga escala no país. 

    O uso emergencial da vacina já havia sido concedido pela Anvisa, mas para 2 milhões de doses que foram comprados e importados do Instituto Serum, na Índia, em caráter emergencial e temporário. Este novo pedido foi feito em busca da autorização definitiva para a produção e fornecimento da vacina.