Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Fiocruz aponta aumento de casos de vírus sincicial respiratório em crianças

    Vírus é um dos principais causadores das infecções que afetam o trato respiratório inferior de crianças menores de 2 anos de idade

    Getty Images/Fly View Productions

    Lucas Rochada CNN

    em São Paulo

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) aponta para o aumento de casos semanais associados ao vírus sincicial respiratório (VSR) em crianças de 0 a 4 anos no país. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (4) em nova edição do boletim InfoGripe.

    O levantamento, referente ao período de 23 a 29 de outubro, tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 31 de outubro.

    O vírus sincicial respiratório (VSR) é um dos principais causadores das infecções que afetam o trato respiratório inferior de crianças menores de 2 anos de idade. O vírus pode ser responsável por até 75% das bronquiolites e 40% das pneumonias durante os períodos de sazonalidade, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP).

    A sazonalidade do VRS tem início mais precoce na região Norte e Nordeste do país, em fevereiro, e mais tardio no Sudeste e Sul, em abril. No entanto, o vírus circula durante todo o ano.

    Entre os grupos de maior risco de infecção respiratória grave por VSR estão crianças menores de seis meses, principalmente prematuras, e aquelas com doença pulmonar crônica e com condições cardíacas, necessitando de internação em 10% a 15% dos casos. Nesta população, as condições associadas ao desenvolvimento de doença grave são decorrentes do sistema imune imaturo, poucos anticorpos maternos e menor capacidade das vias aéreas.

    O VSR prevaleceu entre os casos como resultado positivo nas últimas quatro semanas epidemiológicas. O estudo continua apontando para queda no predomínio do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19.

    Nesse período, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 19,9% para influenza A; 0,6% para influenza B; 26,4% para VSR; e 26,0% para coronavírus. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 17,6% para influenza A; 0,0% para influenza B; 2,0% para VSR; e 68,6% para coronavírus.

    O boletim indica estabilidade nas tendências de longo (últimas seis semanas) e curto prazo (últimas três semanas), embora mantenha sinal de crescimento na faixa etária de 0 a 4 anos. No cenário nacional, observa-se queda ou estabilidade em praticamente todas as faixas etárias da população adulta.

    Destaques do levantamento

    A análise da Fiocruz destaca ainda que, no estado do Amazonas, observa-se um ligeiro aumento na presença de casos de Covid-19.

    “Esse dado do Amazonas pode estar associado ao crescimento nos casos de síndrome respiratória aguda grave na população adulta”, afirma o pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, em comunicado.

    O estudo aponta que o estado de São Paulo segue apresentando números significativos de casos de influenza A nas últimas semanas. “A presença de casos de gripe em São Paulo ainda é relevante, embora não esteja traduzindo em aumento no total de casos de síndrome respiratória aguda grave na maioria das faixas etárias da população adulta, especialmente nos grupos acima de 50 anos”, diz Gomes.

    No Distrito Federal e no Mato Grosso do Sul, que apresentaram aumento recente nos casos associados a esse vírus, há indícios de que um início de processo de queda, embora os dados laboratoriais ainda sejam preliminares.