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    Fiocruz alerta para possível alta de mortes na próxima semana

    Nordeste do País é a região que mais preocupa; cinco estados estão com 90% dos leitos de UTIs ocupados

    Leandro Resendeda CNN

     

    A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou alerta para a possibilidade de aumento de mortes por Covid-19 no Brasil a partir da semana que vem. A média está em 1,9 mil óbitos por dia e pode, de acordo com a análise da Fiocruz, atingir patamar de 2,2 mil.

    A informação consta na nova edição do boletim feito pelo Observatório Covid-19 divulgado nesta quarta-feira (26) e chama atenção para o fato de na última semana epidemiológica – 16 a 22 de maio – ter sido registrada um aumento na média de novos casos:  0,7% ao dia, com média de 62 mil novos registros diários.

    “De fato, o aumento no número de casos costuma ser seguido, cerca de duas semanas após, pela elevação do número de óbitos por Covid-19. Mantida essa tendência, se prevê um aumento na próxima semana para valores em torno de 2,2 mil óbitos por dia (2 mil a 2,4 mil, considerando a margem de erro do modelo)”, diz a Fiocruz.

    No total, 18 estados estão com leitos de UTI com mais de 80% de ocupação. O Nordeste, aponta o documento, é a região que mais preocupa.  Dos 9 estados, cinco estão com UTIs operando com 90% dos leitos cheios.

    A Fiocruz também registra que entre os dias 17 e 24 de maio, as taxas de ocupação de leitos de UTI para adultos com coronavírus no SUS ou aumentaram, ou se mantiveram em níveis elevados em praticamente todos os estados do País. A queda nessas ocupações, registrada por algumas semanas até 10 de maio, se interrompeu.

    Terceira onda ou prolongamento da segunda

    Pesquisadores da Fiocruz ouvidos pela CNN não creem que os números apontem para uma “terceira onda” de contaminações e mortes por Covid-19 – e sim um prolongamento da segunda onda, iniciada a partir de janeiro.

    “Não dá para falarmos em nova onda porque não controlamos essa. Tivemos uma pequena redução no número de óbitos, mas não tivemos queda sustentada no número de novos casos. A gente está vivendo uma onda que vai e vem e oscila num patamar muito alto”, afirmou Raphael Guimarães, do Observatório Covid19 da Fiocruz.

    Christovam Barcellos, que mantém o portal de monitoramento do coronavírus da Fiocruz, afirmou que o termo deve ser evitado.

    “Estamos evitando falar em terceira onda. Estamos com um novo platô formado de casos e óbitos formado e isso pode durar vários meses”, disse.

    Cemitério Vila Formosa
    Funcionários do cemitério de Vila Formosa, em SP, carregam caixão de vítima da Covid-19; devido ao elevado número de óbitos, os funcionários também trabalham no período noturno
    Foto: Lincon Zarbietti/dpa/Getty Images

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