Filipino de 50 anos acumula 20 mil brinquedos de fast-food
No quadro Correspondente Médico, neurocirurgião Fernando Gomes analisou o comportamento obsessivo que pode se manifestar em colecionadores
Na edição desta sexta-feira (30) do quadro Correspondente Médico, do Novo Dia, o neurocirurgião Fernando Gomes analisou o comportamento obsessivo que pode se manifestar em colecionadores.
Nas Filipinas, um homem coleciona desde pequeno brinquedos de brindes de restaurantes fast-food. Aos 50 anos, ele já acumulou cerca de 20 mil brinquedos e diz que sonha fazer uma exposição para que as pessoas revisitem as memórias da infância.
“Especialistas gostam de colecionar coisas que são raras ou especiais, então, tem o indivíduo que gosta de colecionar selo, chaveiros…, mas também existe o padrão de ficar coletando de forma não organizada e, muitas vezes, gerando sofrimento. Pessoas com diagnóstico de transtorno obsessivo compulsivo (TOC), por exemplo, podem assumir essa postura”, explicou o médico.
Gomes também explicou as alterações cerebrais que acontecem em pessoas diagnosticadas com TOC. “Nós temos o córtex pré-frontal e o tálamo funcionando de maneira diferente. A pessoa quase que tem aquela compulsão por guardar, ela se sente realmente angustiada e tem um mal-estar interno.”
O caso do filipino, no entanto, é diferente. “Quando percebemos um cuidado e uma organização, eu diria que de fato ele é um colecionador, um bem diferente, mas é. Se coleciona objetos que de fato são raros e diferentes, tudo bem. Mas a pessoa que coleciona a mesma coisa em grande quantidade e muitas vezes não cuidam dos objetos, deixa eles largados, não tem critério de organização, mostra que o sofrimento implícito que tem dentro da mente dessa pessoa configura um distúrbio.”