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    Fase é positiva para evidências da hidroxicloroquina, diz Nise Yamaguchi

    Para a médica, novos estudos trazem comprovação científica do medicamento; consenso médico é que fármaco não traz benefício contra Covid-19

    da CNN em São Paulo

     

    Para a oncologista e imunologista Nise Yamaguchi, a fase é “bastante positiva para achados de evidência ciêntífica da hidroxicloroquina” contra a Covid-19. Em entrevista à CNN neste sábado (18), a médica comentou pesquisas recentes. 

    “Não é mais sem evidência científica positiva. O consenso da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) em publicação recente utilizava dados antigos do The Lancet [respeitada publicação científica], acho que precisam ser melhor estudados. Não podemos mais perder tempo nessa história”, disse. 

    Ela se referia a um documento da SBI publicado nesta sexta-feira (17), que recomenda o abandono da hidroxicloroquina em qualquer fase da doença. 

    Para ela, os estudos clínicos recentes que provaram que o fármaco não é eficaz e trouxe complicações para os pacientes têm inconsistências técnicas. “Não eram casos precoces e era só a hidroxicloroquina, sem azitromicina e zinco”, contestou. Ela defende o uso dos medicamentos no início dos sintomas da Covid-19.

    “Eles falavam que todo mundo podia morrer, que [o novo coronavírus] era muito perigoso. Agora que a gente quer fazer tratamento precoce, eles dizem que 99% ficam bons sozinhos, 1% vai morrer, então para que tratar”, disse, sem especificar a quem se referia. “Não entendo por que, já que 1% vai morrer, para que gastar mais em aparelhos de respiração.”

    Apesar da declaração, Yamaguchi afirmou que esse não é momento de exclusão, mas de adição. “Não é um ou outro, é um e outro”, disse. “Quero chamar a Sociedade Brasileira de Infectologia para ser nossa parceira, não precisamos estar em polos opostos.” 

    A defesa dela, no entanto, é divisiva. Na última semana, ela foi afastada do Hospital Israelita Albert Einstein, em que trabalhava. Ela contou o caso à CNN, dizendo que foi informada do desligamento por telefone no dia 10 de julho e que, desde então, não pôde mais entrar no hospital, acessar os prontuários online ou sua caixa de emails.

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    Os motivos, segundo ela, foram sua defesa do uso da hidroxicloroquina e sua declaração de que os judeus teriam sido “massa de rebanho” durante o Holocausto.

    Nise disse que leu o livro de Viktor Frankl [psicólogo judeu que passou por um campo de concentração durante a Segunda Guerra Mundial] e que ele foi uma grande inspiração para o seu livro “O ser humano diante do câncer e a vontade de curar”. 

    Ela conta que pediu a abertura de uma sindicância junto ao Conselho Regional de Medicina para que apurem seu afastamento.