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    Farmacêutica fecha acordo com russos para receber 10 milhões de doses da Sputnik

    União Química fechou um acordo com o Fundo Russo de Investimento Direto para receber 10 milhões de doses da vacina no primeiro trimestre de 2021

    Noeli Menezes, da CNN, em Brasília



     

    A União Química e o Fundo Russo de Investimento Direto fecharam acordo nesta quarta-feira (13) para a farmacêutica brasileira fornecer ao Brasil 10 milhões de doses da vacina Sputnik V no primeiro trimestre deste ano. 

    As entregas de doses importadas e fabricadas no Brasil já começariam em janeiro, segundo comunicado divulgado após reunião realizada hoje em Moscou, na Rússia, com representantes da União Química, do Fundo Russo de Investimento Direto e do Instituto Gamaleya para Pesquisa em Epidemiologia e Microbiologia, que desenvolveu a vacina. 

    A União Química pretende iniciar a produção do imunizante em um laboratório em Brasília já nos próximos dias, com insumos que chegaram ao país em outubro. Para importar doses prontas, a empresa precisará de autorização da Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária). 

    A farmacêutica também aguarda decisão da Anvisa sobre o pedido para iniciar no Brasil os testes da fase 3, quando a vacina é aplicada na população para avaliação da eficácia e de possíveis efeitos colaterais. No último dia 4, a agência pediu que a União Química fornecesse mais informações para liberar os testes.

    “Vamos complementar as informações que Anvisa solicitou. Assim que Anvisa autorizar fase 3 de testes clínicos, entramos com o pedido emergencial”, afirmou o diretor de negócios internacionais da União Química, Rogério Rosso.

    De fato, iniciar os testes é uma prerrogativa para pedir o uso emergencial ou iniciar o processo de submissão contínua para obter o registro do imunizante.

    Enquanto isso, as doses da Sputnik V produzidas em território brasileiro terão como destino países da América Latina que já aprovaram o uso da vacina, como Argentina e Bolívia, de acordo com Rosso.

    Ele faz parte da comitiva da farmacêutica que está na Rússia para validar o processo de fabricação da Sputnik V no Brasil. 

    Cooperação

    Durante o encontro, Kirill Dmitriev, CEO do fundo russo, e o presidente da União Química, Fernando de Castro Marques, também discutiram a cooperação Rússia-Brasil como parte do grupo de Estados que fazem parte dos BRICS, grupo de países de economias emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. 

    “A ideia é criar uma força-tarefa para combater a Covid-19 e cooperar com as vacinas”, diz o comunicado.

    A Sputnik V foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser registrada no mundo, em agosto de 2020. Segundo informações divulgadas pela Rússia, a eficácia do imunizante é de 91%, mas não foram divulgados os detalhes dos estudos, que ainda não foram publicados nem revisados pela comunidade científica internacional.

    A vacina deve ser administrada em duas doses, com intervalo de 21 dias. Cada dose custa US$ 10 (aproximadamente R$ 53).

    O Ministério da Saúde não comentou especificamente sobre a Sputnik, mas tem informado que todas as vacinas que tiverem sua segurança e eficácia comprovadas e o registro na Anvisa serão adquiridas pelo governo brasileiro e inseridas no Plano Nacional de Imunização contra a Covid-19.

    Nota da Anvisa

    Em nota, a Anvisa afirmou que o pedido de autorização de estudo clínico da vacina Sputnik foi feito pelo laboratório União Química no dia 29 de dezembro. 

    “A Anvisa já realizou a análise do pedido e identificou a necessidade de que o laboratório complementasse as informações enviadas para que a análise técnica da agência possa ser concluída. Ou seja, o pedido está em exigência aguardando documentos faltantes.”

    Segundo a agência, “qualquer solicitação de importação será analisada pela Anvisa no momento em que tivermos este pedido, já que faz parte da rotina da agência”.

    A Anvisa ressaltou ainda que “qualquer aplicação de vacina em estudo só pode ser iniciada após autorização da Anvisa. Da mesma forma, qualquer uso fora da pesquisa só pode ser feito após a autorização da Anvisa”.