Fabricantes ainda precisam entregar 200 milhões de doses de vacinas contra Covid-19
Segundo documento do Ministério da Saúde enviado à CPI da Pandemia, o estoque de imunizantes já foi contratado com a Fiocruz, Pfizer e Janssen
Segundo informações encaminhadas à CPI da Pandemia pela Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, vinculada ao Ministério da Saúde, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) ainda aguarda receber 207.870.340 doses de vacinas, pelos contratos vigentes.
Bio-Manguinhos (Fiocruz/AstraZeneca/Oxford), Pfizer/BioNTech e Janssen (Johnson & Johnson) são os laboratórios que farão as entregas. São 71.671.990 de vacinas pendentes por parte da Fiocruz, 99.999.900 da Pfizer e 36.198.450 da Janssen. Os compromissos fazem parte de contratos já firmados entre o Ministério da Saúde e os fabricantes. O documento foi anexado na quinta-feira (7) junto à CPI.
Questionada, a Fiocruz informou que a previsão é de que essas doses já contratadas sejam entregues até o final deste ano. Porém, não será uma tarefa fácil. Até o momento, desde março deste ano até o dia 1º de outubro, a fundação entregou 107,3 milhões de doses ao PNI. Isso dá uma média de 15,3 milhões de imunizantes entregues por mês ao longo deste período.
Para que cumpra o previsto em relação à entrega das mais de 70 milhões de doses ao ministério até dezembro de 2021, será necessário dobrar essa média para cerca de 35,8 milhões de remessas enviadas ao PNI nos próximos dois meses.
A Pfizer também informou que pretende entregar as quase 100 milhões de doses da vacina até o final deste ano. Segundo a empresa, a entrega dos lotes do primeiro contrato, assinado em março, foi concluída no última terça-feira (5) e que a entrega dos outros imunizantes acordados começará a ser feita neste sábado (9), quando serão enviadas 1.989.000 de doses da vacina ao governo brasileiro.
A Janssen ressaltou que o quantitativo de vacinas contratadas não está em atraso, visto que o acordo é para que os imunizantes sejam entregues até o fim deste ano. A fabricante reforçou que mantém a previsão de entregar as mais de 36 milhões de doses pendentes até o dia 31 de dezembro de 2021.
Conforme as informações fornecidas no documento, para este ano há a previsão da necessidade de 73.707.379 doses da vacina contra a Covid-19. Contabilizando-se esse quantitativo de vacinas pendentes, a previsão do Ministério de Saúde é de que haja 134.192.961 de doses remanescentes para serem usadas em 2022.
A Saúde também informou que trabalha com três diferentes cenários de vacinação no país para o ano que vem, mas que ainda necessita da conclusão “de estudos ainda em curso para definir o esquema vacinal para o ano de 2022”.
O primeiro cenário prevê a necessidade, para 2022, de 391.799.383 de doses aplicadas, mantendo o esquema atual de 2021. Seriam vacinas para finalizar as duas doses entre pessoas de 12 a 17 anos (estimativa de 35.754.740 de doses) e pessoas entre 18 e 59 anos (258.563.348 doses estimadas); aplicação da dose de reforço em pessoas de 60 a 69 anos (estimativa de 53.581.332 de doses) e pessoas de 70 a 90 anos (estimativa de 43.899.963 de doses).
O segundo cenário a previsão é da necessidade de 179.652.809 doses da vacina contra a Covid-19. Neste cenário, seriam aplicadas apenas as doses de reforço em pessoas a partir dos 12 anos.
No terceiro cenário, a Saúde trabalha com a hipótese de aplicar a dose de reforço na população de até 59 anos e mais uma dose por semestre na população maior de 60 anos. Nesta situação, seriam necessárias à aplicação de 212.146.574 de doses.
Ainda de acordo com o Ministério de Saúde, há uma negociação em andamento com a Pfizer para um novo contrato de aquisição de 100 milhões de vacinas e opção de compra para mais 50 milhões de doses que seriam entregues no ano que vem. Segundo o documento “devem ser acrescidas com a previsão de 134.192.961 doses remanescentes do ano de 2021”.
Pelo texto encaminhado ao Senado, não houve previsão para aquisição de novas doses de vacina por parte da Fiocruz. A Fundação deve encaminhar as informações ainda hoje para os senadores da CPI da Pandemia.