Exames de mamografia têm queda de até 75% durante a pandemia de Covid-19
Câncer de mama é o tipo mais comum entre as brasileiras
Nesta quarta-feira (1º), inicia-se o mês de conscientização sobre o câncer de mama, o Outubro Rosa. E durante a pandemia do novo coronavírus, entre abril e maio, hospitais e entidades de saúde registraram queda de até 75% nos exames de mamografia, segundo a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM).
Este dado serve de alerta para as mulheres sobre o câncer de mama e a importância da prevenção. Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), 7 em cada 10 cirurgias de câncer de mama deixaram de ser feitas nos primeiros meses de pandemia.
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Este tipo de câncer representa 29% dos casos da doença registrados em mulheres. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer), para este ano são estimados mais de 66 mil novos casos em todo o país.
Além da mamografia de rastreamento, a detecção precoce do câncer de mama pode ser feita em consultas ao ginecologista através do exame clínico, que é palpação da mama pelo profissional de saúde ou pela própria pessoa.
Em entrevista à CNN, Liz Almeida, médica e chefe de Prevenção e Vigilância do Inca, explicou a importância do diagnóstico precoce. “Este é um mês que a gente lembra que em todos os outros são meses para pensarmos em fazer rastreamento do câncer de mama”, ressaltou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou que se a mulher é assintomática, sem qualquer sinal da doença, o fato de ela adiar um exame de detecção precoce de câncer, no caso o câncer de mama, não vai ter grandes impactos em sua vida. A médica avaliou sobre a decisão.
“Durante a pandemia a OMS recomendou que as mulheres não fizessem exame de rastreamento, caso elas não tivessem nenhum sinal e sintoma da doença. No entanto, a recomendação era exatamente oposta para qualquer mulher que percebesse qualquer alteração para em suas mamas”, avaliou.
E continua: “Era esperado que estes exames feitos em mulheres assintomáticas. Rastreamento é sinônimo de mamografia, se der alguma alteração, uma biópsia e encanhamento para o tratamento. O objetivo dele é evitar a morte.”
Liz Almeida afirmou ainda que a orientação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer um exame a cada dois anos.
“Hoje o que temos no mundo é que esta estratégia, que atinge milhões de mulheres em sua imensa maioria, não significa que elas terão câncer. Ela é eficiente para mulheres de 50 a 69 anos. Com um exame feito a cada dois anos”, finaliza.
(Edição: André Rigue)