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    EUA podem ter mais vacinas do que pessoas que querem ser vacinadas já em maio

    Autoridades de saúde, incluindo o Dr. Anthony Fauci, estimam que 70% a 85% do país precisa estar imune ao vírus para impedir a disseminação

    Madeline Holcombe, da CNN

    Em meados de maio, os EUA provavelmente terão mais doses das vacinas do que pessoas que desejam recebê-las, e isto tem preocupado especialistas.

    “Todos os dias o Facebook faz uma pesquisa sobre vacinação. Nós olhamos esses dados diariamente e percebemos que a confiança na vacina nos EUA tem diminuído de forma lenta, mas contínua desde fevereiro”, disse o Dr. Chris Murray, presidente do Institute for Health Metrics and Evaluation (IHME, o que numa tradução literal significa Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde) da Universidade de Washington.

    “Chegamos a 75% dos adultos dizendo que queriam a vacina”, disse ele a Anderson Cooper, da CNN. “Mas, segundo essas pesquisas recentes, caímos para cerca de 67%.”

    Autoridades de saúde, incluindo o Dr. Anthony Fauci, estimam que 70% a 85% do país precisa estar imune ao vírus –seja por inoculação ou infecção prévia– para impedir a disseminação. Em sua última projeção, o IHME disse que cerca de 602.723 americanos morrerão por causa do coronavírus até 1º de agosto, número abaixo da estimativa da semana passada, que marcava pelo menos 618 mil mortes.

    O IHME observou que a adesão da vacinação e cumprir o tempo entre duas doses foram suficientes para impedir o aumento das mortes, mas fez um alerta. “Dada a importância da vacinação para a estratégia dos EUA em controlar o aumento potencial de B.1.1.7, a falta de confiança na vacina nos últimos dois ou mais meses é, sim, motivo de preocupação”, afirmou o IHME.

    Pelo segundo dia consecutivo o a média de aplicações ficou abaixo de 3 milhões, de acordo com dados do Centers for Disease Control and Prevention (CDC, que uma tradução literal é o Centro de Controle e Prevenção de Doenças).

    A onda se expande também às forças armadas. “Ouvimos frequentemente que pessoas mais jovens sentem que não estão tão vulneráveis à Covid-19 e que talvez o risco de ser vacinado seja maior do que contrair a doença, o que sabemos que não é verdade”, disse o secretário de Defesa para Assuntos de Saúde, Terry Adirim, numa coletiva de imprensa esta semana.

    A preocupação em relação a uma das vacinas também aumentou a hesitação de alguns norte-americanos. A produção da vacina Johnson & Johnson foi interrompida após a ocorrência de seis casos raros de síndrome da coagulação do sangue, mas na sexta-feira (23) o CDC e a Food and Drug Administration (espécie de Anvisa) voltaram a recomendarem a vacina.

    Pausa na produção de vacina da Johnson & Johnsons aumenta importância de campanhas educativas

    Com intuito de conseguir mais adeptos às vacinas, a diretora do CDC, Dra. Rochelle Walensky, disse que a organização precisa educar o público sobre a segurança e eficácia da vacina.

    “Acho que temos que continuar o trabalho de conscientização que temos feitos através dos médicos –como temos feito na semana passada e faremos a partir de segunda-feira com autoridades de saúde pública. Também será necessário educar as pessoas com campanhas educativas”, disse Walensky em uma conferência conjunta realizada pelo CDC e a US Food and Drug Administration.

    “Num panorama geral, eu realmente acho que essa pausa [polêmica com a vacina da Johnson & Johnson’s] transmitiu uma imagem de que estamos realmente examinando, sendo bastante criteriosos com o que estamos aplicando nas pessoas.”

    Da mesma forma que a aplicação da vacina J&J resultaria em algumas dezenas de coágulos sanguíneos raros, ao mesmo tempo salvaria centenas de vidas, conforme mostra uma análise do CDC.

    “Ao retomar a vacinação em pessoas com pelo menos 18 anos, esperamos algo entre 26 a 45 casos, dependendo da absorção da vacina”, disse a Dra. Sara Oliver do CDC, referindo-se aos raros coágulos sanguíneos conhecidos como síndrome de trombose-trombocitopenia. Mas também evitaria algo em torno de 600 a 1.400 mortes por causa da Covid-19, além de 3.500 internações nas UTIs.

    As vacinas Moderna e Pfizer/BioNTech não foram associadas aos coágulos sanguíneos, disse um especialista do CDCD na sexta-feira.

    CDC recomenda que grávidas sejam vacinadas 

    Como os ensaios clínicos de vacinas contra o coronavírus não incluíram mulheres grávidas, os dados sobre a segurança da vacinação em grávidas e bebês eram limitados.

    Mesmo assim Walenksy recomendou na sexta-feira (23) que as pessoas grávidas fossem vacinadas. A fala vai de acordo com a publicação de um novo estudo que mostrou não haver efeitos colaterais após um grupo numeroso de gestantes receber a vacina no terceiro trimestre. Também não houve nada relacionado a segurança dos bebês.

    “O CDC recomenda que mulheres grávidas recebam a vacina Covid-19”, disse Walensky durante um documento enviado à Casa Branca. “Sabemos que esta é uma decisão profundamente pessoal, portanto encorajamos as pessoas a conversarem com seus médicos ou prestadores de cuidados para determinarem o que é melhor para elas e para seus bebês.”

    Na quarta-feira, o New England Journal of Medicine publicou algumas descobertas preliminares de cientistas, que determinaram que as vacinas de mRNA Covid-19 feitas pela Pfizer e Moderna não representam qualquer risco sério durante a gravidez.

    No mês passado, outro estudo publicado no American Journal of Obstetrics and Gynecology descobriu que as vacinas de mRNA Covid-19 são eficazes em mulheres grávidas e lactantes e inclusive podem transmitir anticorpos protetores para recém-nascidos.

    Jason Hanna da CNN, Lauren Mascarenhas, Virginia Langmaid, Oren Liebermann, Maggie Fox, Alicia Lee e Christian Sierra contribuíram para este artigo

    Texto traduzido, clique aqui para ler o original

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